quarta-feira, 24 de setembro de 2008

VINGANÇA - PARTE II (final)

No outro dia, parecia que uma bomba estava prestes a explodir no seu escritório. Lucila tinha muuuuito trabalho pela frente, tinha um prazo a cumprir no dia seguinte de uma ação milionária, muitos cálculos precisavam ser feitos, era necessário deixar tudo pronto para o dia seguinte, nem que precisasse passar a noite trabalhando. Lucila trabalhou como uma louca pra conseguir fazer tudo até as seis da tarde, mas viu que precisaria de umas duas horas a mais do que isso pra conseguir terminar tudo o que precisava ser feito.

Foi então que Maurício ligou novamente.

Lucila – Alô.
Maurício – Oi, Lúci.
Lucila – (“Que bonitinho, me chamando de Lúci”). Oi, Maurício, tudo bem? (Embora praticamente estivesse namorando com ele, Lucila não conseguia ser menos formal do que isso).
Mauricio – Tudo minha linda e você?
Lucila – Mais ou menos. Tenho que terminar de apagar um incêndio aqui no escritório, não vou poder tomar aquele café com você hoje.
Mauricio – Ahhhhh.
Lucila – Mas podemos ir jantar se você quiser, mais tarde.
Maurício – Ótimo! Conheço uma pizzaria ótima no centro da cidade. Só que vou precisar de uma carona na volta, você me dá?
Lucila (achando super estranho esse papo de carona) – Ok, pode ser sim.
Maurício – Nos encontramos lá então? Eu vou de carona com um amigo até lá. Mando uma msg com o endereço certinho. Às 9 ta bom?
Lucila – Ok.
Maurício – Beijos.
Lucila – Beijo.

Lucila estranhou o fato de ter que dar carona pro Maurício. Não que não estivesse achando tudo ótimo. Nem que fosse materialista. Mas realmente estranhou o fato dele não querer ir buscá-la em casa. Lucila estava se sentindo uma donzela frágil com o tratamento dado por Maurício e queria ser tratada deste jeito por ele. Achava que ele a buscaria, abriria a porta do carro pra ela entrar, puxaria a cadeira do restaurante pra ela sentar, a pediria em namoro e faria questão de pagar a conta no final. Também estranhou a pizzaria escolhida por Maurício. “Tanta pizzaria bacana nesta cidade e ele foi escolher justo uma bem no centro da cidade”.

“Mas tudo bem... O cara é tão tudo de bom que vou me surpreender. Vale a pena”. Lucila então terminou tudo o que tinha no escritório por fazer, foi pra casa, tomou um banho e foi ao encontro do seu príncipe encantado. Tinha certeza que tudo daria certo e que ele iria pedir pra namorar com ela (seguindo aquele raciocínio da donzela frágil).

Chegou na pizzaria. “Deve ser mais velha que a minha vó esta pizzaria”. Mas o ambiente era acolhedor. Logo enxergou Maurício, Estava sentado no mezanino. Nada de puxar cadeira... nada de cavalheirismos. “Tudo bem, eu acabei idealizando um sujeito que não existe. Deixa eu aproveitar.. afinal, ele é tão lindo, tão fofo, tão querido....”.

Estava tudo ótimo. Não nos padrões da donzela frágil, mas estava ótimo. Mãozinhas dadas sobre a mesa, papo divertido à luz de velas, uns beijinhos... A musiquinha ambiente não era das melhores, mas tudo bem... Nem tudo é perfeito. Fizeram os pedidos. “Nada de cebola nem alho... ufa... E nada de pedido em namoro... calma...”. Veio a pizza, estava meia boca até... melhor do que o esperado.

“Nada dele me pedir em namoro... Calma, ainda falta o cafezinho”. Foi então que Maurício segurou sua mão e disse:

Maurício – Lucila, preciso te falar uma coisa.
Lucila – (É agora!!!!! Tomara que não tenha nenhuma sujeirinha no dente pra eu poder sorrir emocionada quando ele me pedir em namoro). Diga, Maurício.
Maurício – É o seguinte. Você é uma pessoa maravilhosa...
Lucila – (é agora, enfim!!!).
Maurício – Mas eu preciso te contar uma coisa.
Lucila – (Não, Maurício, você não precisa me CONTAR uma coisa, você quer me PEDIR uma coisa). O que?
Maurício – Eu tenho namorada!!!
Lucila – (o que??????? Não acredito!!!!!! Esse idiota, fdp, imbecil!!!!!!!!! Não acredito que ele me fez vir até esse pulgueiro fedido, me fez comer essa pizza nojenta pra me falar isso no final!!!!!!!!!!!!!!!!!).

O sangue subiu. Lucila sentiu seu rosto enrubescer de raiva. Estava realmente com muita raiva daquela criatura sentada à sua frente, segurando a sua mão por cima da mesa. Mas Lucila precisava controlar a sua raiva e pensar numa maneira de dar uma lição neste idiota. Respirou fundo.

Maurício – Fale alguma coisa.
Lucila – Não, beleza. Não tem problema.
Maurício – Mesmo?
Lucila (tirando a mão debaixo de dele) – Mesmo. Eu entendo.

Lucila então pediu um café. Fumou um cigarro friamente pra poder pensar na sua vingança. Aquela situação era realmente inesperada. A donzela frágil tornou-se uma estrategista fria e calculista. Tomou o café, fumou o cigarro, tudo muito calmamente, mas sem dizer uma palavra. Maurício estava achando estranho, mas resolveu esperar por uma reação.
Lucila então levantou-se, avisou Maurício que ia ao banheiro, que ficava no primeiro andar da pizzaria. Desceu as escadas e, ao invés de dirigir-se ao banheiro, saiu da pizzaria. Pegou seu carro e foi embora. Sem dividir a conta e sem dar carona ao idiota.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gurias!
Estou amando o blog!!!
Mtooo bom, viciei.
A cada história eu me vejo mais claramente, nossa, pelo menos não acontece só comigo ... hahaha
Bjus e Parabéns pra vcs!
Sinara (RS)
silva.sinara@hotmail.com

Lia Sanches Roth disse...

Poxa, que legal que as pessoas estão gostando!! Falo por mim e pela Brenda!! Continue acessando que o blog deverá ser atulizado todos os dias com contos e historinhas ;-)
Beijos
Lia

Anônimo disse...

kakakakakaka
Aí se todas as mulheres tivessem coragem de agir assim.....os homens não iriam se folgar tanto....