segunda-feira, 22 de setembro de 2008

VINGANÇA - PARTE I

Lucila acordou com gosto de cabo de guarda-chuva na boca. Parecia que tinha uma bola de bilhar rolando dentro de sua cabeça. Olhou para o relógio: 3h42 da tarde. Começou então a lembrar da noite anterior. As lembranças vinham em etapas... Vox... oito doses de vodka... gatinho... estacionamento... “Opa... gatinho??”. Lucila então lembra que ficou com um cara na noite anterior. As lembranças vinham aos poucos... Ele era alto, magro, cabelo castanho claro... “Hmmm... Maurício!!! Isso aí...” Lucila lembrou que era um cara realmente bonitinho... gente boa... uma graça na verdade. “Na real, fiquei até meio apaixonadinha!!. Tomara que ele me ligue”.

Lucila resolveu então levantar. Tomou um banho. Não tinha tido condições de tomar banho na noite anterior e descobriu que estava defumada. Tudo que tinha ido pro Vox no dia anterior foi pra máquina de lavar de roupas. Até a bolsinha de crochê preta ganha da ex-sogra. O cabelo então parecia um cinzeiro!! Até a roupa de cama estava com cheiro de cigarro!! O pijama então, tava fedendo mais do que tudo, e olhe que nem tinha ido pro Vox (pelo menos Lucila não lembrava). Tudo pra máquina de lavar roupas!! Lucila quase entrou junto na máquina.

Tomou seu banho, lavou duas vezes seu cabelo, pegou o telefone e ligou pra Juliana pra contar todos os detalhes da noite anterior. Agora os fatos estavam claros... Contou tudo à amiga, nos mínimos detalhes, sendo que cada trecho ia sendo comentado por Juliana.

Desligou o telefone. Foi ao shopping, pois precisava comer alguma coisa. Nem almoço (muito tarde), nem janta (muito cedo). Almojanta!!! Estava com muita fome. Pegou um lanche completo no macdonalds e foi sentar-se numa mesa. No intervalo entre a batatinha e o sanduíche, sentiu uma vibração estranha... era seu celular, que estava no modo silencioso devido à dor de cabeça que a assolava. Número estranho. Lucila não tinha o costume de atender a números estranhos... Mas naquele dia em especial algo a dizia que poderia ser o gatinho da noite anterior, embora não lembrasse se tinha dado o número do telefone a ele. Muito menos se tinha dado o número certo. Resolveu atender.

Lucila – Alô.
Maurício – Alô, quem está falando?
Lucila – (É ele!!!) Aqui é a Lucila.
Maurício – Oi, Lucila, lembra de mim? Maurício? Nós nos conhecemos ontem no Vox.
Lucila – (Caraaaacaaaaaaa!!! O cara ta me ligando na manhã seguinte[1]... Não pode ser... o cara deve estar apaixonado!!) Claro que lembro!!! Tudo bem?
Maurício – Só com uma dorzinha chata de cabeça, mas agora que tô falando com você, tô bem melhor.
Lucila – (Ai que fofo!!!) Ehehe... Eu também estou com uma dorzinha de cabeça... Por que será??
Maurício – Deve ser a água que tomamos ontem.
Lucila – Heheheh. Deve ser.
Maurício - O que você está fazendo?
Lucila – To almojantando... almoçando e ao mesmo tempo jantando...
Maurício – Ahhh... logo hoje que eu ia te convidar pra jantar??
Lucila – (ahhhhhh... não acredito que ele ia me convidar pra jantar na manhã seguinte ao dia em que fiquei com ele. Que liiiindo!!) Que pena... vai Ter que ficar pra outro dia.
Maurício – Que tal um café amanhã no final da tarde?
Lucila – (Nossa, ele tá mesmo querendo me ver outra vez) Ok, você me liga?
Maurício – Ligo sim. Não vai furar comigo hein? Um beijo, linda!!!
Lucila – Um beijo.

A dor de cabeça foi embora. Tudo isso era muito positivo. O cara que tinha conhecido na noite anterior, a ligação dele na manhã seguinte e o convite para amanhã.

Lucila foi dormir muito feliz... sabia que no dia seguinte iria encontrar com Maurício e isso era muito relaxante.
[1] Manhã nos padrões dia seguinte de night.
continua

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