sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

QUANDO O SANTO NÃO BATE...

Lucila odiava o melhor amigo do seu melhor amigo... Não adiantava, eles tinham tido um affair durante a faculdade, Lucila deu uns beijos nele naquela época, ele foi mega-ultra babaca, pois nem deu oi no dia seguinte. Depois disso, Lucila nunca mais conseguiu trocar duas palavras com ele.

Passados 10 anos, Lucila ainda era uma mulher encalhada... ou desencanada... (dependendo do ponto de vista), combinou uma balada com Alexandre, que também estava numa fase gandaia total e frisou:

Lucila - Alezinho, não vá levar seu amigo Juliano, hein??
Alexandre – Ih, Lucila, pior que já combinei com ele... quer que eu vá pra outro lugar?
Lucila – Hmmm.... Não, já passou tanto tempo... não dá nada...

Lucila estava na fila da balada quando vê Alexandre e Juliano chegando... já deu um ruim e Lucila teve certeza que seu santo definitivamente não batia com o santo de Juliano.

A noite foi boa, estavam numa turma grande, tudo muito divertido, regado a muito red bull com vodka. Eis que Lucila, que estava numa secura daquelas, num momento de cozidice e de muita carência, resolveu dar umas olhadas pra Juliano, mesmo convicta que seu santo e o dele não batiam... E Juliano, que não tinha nada a perder, estava retribuindo os olhares...

Até que Juliano deu uma investida mais pesada pra cima de Lucila e ela acabou cedendo... Mal terminaram o primeiro beijo, Lucila já começou a tagarelar, dizendo que ele tinha sido muito babaca com ela na faculdade há dez anos, relembrando tudo o que ele tinha feito pra ela. Juliano até tentou se explicar, mas acabou só piorando as coisas... Disse que não tinha falado com ela no dia seguinte porque estava com o pescoço roxo de um chupão que tinha levado no dia anterior que ficou com ela e não queria que ela visse. Por isso não falou com ela no dia seguinte.

Lucila ficou mais puta da cara ainda, falou tudo o que queria ter falado à época, mas não tinha tido oportunidade, nem coragem. Juliano acabou se desculpando, admitindo que tinha sido babaca. Lucila disse que o que ele fez não tinha desculpas, que ela não desculpava, mas que como já tinha decorrido muito tempo, isso já não importava mais (embora ainda estivesse remoendo toda a história...).

Juliano levou Lucila pra casa. Lucila não sabia bem definir o que tinha ocorrido ali, nem se tinha sido bom ou ruim.

No outro dia Juliano ligou pra Lucila e a convidou pra sair novamente. Lucila disse que não ia poder sair, deu uma desculpinha muito esfarrapada. No dia seguinte, Juliano ligou novamente e foi bem criativo na sua insistência... disse que Lucila tinha que sair com ele, porque ele tinha que desfazer a má impressão, cogitando a hipótese deles se encontrarem novamente dali há 10 anos e Lucila acusá-lo novamente de ter sido babaca no passado. Lucila então aceitou.

Juliano passou na casa de Lucila pontualmente na hora combinada, mas Lucila ainda remoendo toda aquela história e querendo dar uma de gostosa, deixou-o esperando 40 minutos.

Incrivelmente o encontro foi bem agradável e Lucila surpreendeu-se muito com Juliano, pois ele foi humilde (coisa que ele nunca tinha sido), gente boa e só conversou a noite toda, não tentou forçar a barra em nenhum momento. Só deu um beijo em Lucila quando deixou-a em casa.

No dia seguinte, Lucila tinha dito que viajaria, mas estava chovendo muito e resolveu ficar na cidade, mas sem avisar Juliano. Pegou uma balada com uma amiga recém solteira e não deu satisfação pra gatinho nenhum que estava na cidade, muito menos pra Juliano.

Mas no meio da noite começou a bater um arrependimento... Lucila estava na balada cheia de gatinhos, mas estava curiosa pra saber como a história com Juliano iria terminar. Resolveu mandar uma mensagem: “Não fui viajar. Estou aqui em Curitiba no lugar da última vez, vem pra cá”.

40 minutos depois, chega a resposta: “Pq não avisou antes? To na fila de outro lugar, tentei entrar aí e a fila estava mto grande”.

E assim sucederam muitas mensagens:

Lucila – “Não, tô com uma amiga aqui e não vou sair daqui. Fica pra próxima ;-)”.
Juliano – “Então vamos pra outro lugar”.
Lucila – “Pra onde?”
Juliano- “Vou onde vc quiser”.
Lucila- “Então vem pra cá”.
Juliano – “Não, praí não vou”.
Lucila – “Ué, vc não ia onde eu quisesse?”
Juliano – “Meu anjo, a fila aí está muito grande, sem condições de entrar”.
Lucila – “Então vamos todos pro boteco mais próximo, levo minha amiga e vc seus amigos”
Jiliano – “Não dá, meus amigos querem ficar aqui”.
Lucila – “Mas eu não vou deixar minha amiga sozinha e sair com vc”.

Jú, amiga de Lucila disse que logo ia embora e que Lucila podia combinar de sair com Juliano. Então Lucila voltou atrás:

Lucila – “Ta, então vem me buscar aqui e então resolvemos aonde vamos”.
Juliano – “Ok, tô saindo daqui, me espera aí na frente”.

E foi então que Lucila, depois de 50 minutos, conseguiu sair do local e se encontrar com Juliano. Entrou no carro e travaram uma longa discussão de para onde iam. Depois de milhões de sugestões, Lucila sugeriu um café e Juliano aceitou.

Chegando na frente do lugar, quando Lucila foi descer do carro e Juliano a puxou e começou a beijá-la vorazmente. Lucila curtiu e retribuiu aquela agressividade toda. Ficaram nos amassos selvagens por um longo período, até que veio a proposta indecente por parte de Juliano, queria sair dali de qualquer jeito. Propôs um motel, Lucila não aceitou. Propôs a casa dele, Lucila não aceitou. Propôs então a garagem do seu prédio, jurando de pé junto que nada demais ia acontecer, só iam pra lá porque ficar na rua era perigoso. Lucila concordou.

Foram então pra garagem da casa de Juliano... Lucila se perguntava mentalmente como aquilo estava acontecendo... indo pra garagem do cara que ela mais odiou durante toda a faculdade... mas tudo bem, ela estava carente e uns bons beijos não iam fazer mal...

E mal Juliano parou o carro, pulou pra cima de Lucila, continuando o que começaram na rua... alguns amassos depois, Lucila pediu um tempo, estava mal ajeitada, com calor... queria que Juliano saísse de cima dela um pouco... Juliano saiu, Lucila fechou os olhos alguns segundos tentando dar uma descansada, quando abriu novamente, para sua surpresa, lá estava Juliano, sem roupa nenhuma, olhando pra ela com cara de sexy...

Lucila olhou praquilo... Meu Deus... era muito pior que Lucila pensava... Juliano era magro... sempre foi... mas que barriga era aquela??? De onde surgiu aquilo?? E o que tinha entre as pernas era pior ainda... Lucila nunca tinha visto um tão pequeno... tamanho PP...

Lucila não sabia onde estava com a cabeça de ter ido tão longe... mas sabia muito bem onde Juliano queria colocar a dele... Lucila não teve outra alternativa. Recusou-se a tirar qualquer peça de roupa. Não podia simplesmente ir embora, mas aquilo já tinha ido longe demais. Não podia dar pro cara mais babaca da faculdade sem mais nem menos, ainda mais depois da imagem desanimadora que tinha acabado de ver.

Não conseguiu ir muito adiante, falou pra Juliano que precisava ir embora, afinal já era 5h da manhã. Juliano vestiu-se, Lucila ajeitou-se, ele ligou o carro, mas desligou na mesma hora.

Lucila - Que foi?
Juliano – Sei lá, tô me sentindo um pouco usado...
Lucila (não acreditando) – Hããã?
Juliano – Depois de tudo o que aconteceu aqui, vc não me deu nenhum abraço.
Lucila (como assim??) – Hmmm... ta, vem cá...

Deu o abraço mais falso do mundo em Juliano e pediu encarecidamente que ele a levasse embora.

Juliano a levou embora, insistiu que Lucila saísse com ele no dia seguinte. Mas Lucila disse que no dia seguinte eles combinavam, porque ela não sabia se queria sair...

Lucila foi pra casa, desligou o celular e só tornou a ligá-lo dois dias depois. Nunca mais soube de Juliano.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O MUNDO DA VOLTAS - Parte II (Final)

Lucila, sem querer imaginar no que poderia acontecer, pegou o carro e foi de encontro a Rafael. Chegando lá, ele a aguardava na porta do bar, visivelmente ansioso.


Não tardou muito para o beijo acontecer e os dois perceberem que uma química incrível acontecia entre os dois. Os beijos começaram a ficar mais quentes, até que Lucila já não controlava mais situação alguma. Então foi a hora de Rafael dar o bote.


-- “To sozinho em casa. Bem que poderíamos terminar isso la.” – Rafael, o safado, propõe.

Lucila não estava mais nem ai para o que iam pensar ou não! Estava na hora de aproveitar a vida e o que ela tinha a oferecer. Aceitou.


Chegaram ao apartamento de Rafael, que conduziu Lucila para seu quarto. Lucila sentou-se na cama, e observava tudo. Rafael ainda era o filhinho da mamãe. Uma criança. Quarto de solteiro ainda adolescente. Resolveu não reparar mais para não perder o tesão.


Rafael diminuiu as luzes, colocou um som, e partiu para o ataque. O clima esquentando, esquentando, esquentando, até que uma famosa frase é dita:


-- Isso nunca aconteceu comigo antes. Acho que estou cansado. – Rafael totalmente sem jeito.


Na cabeça de Lucila passavam milhões de coisas, mas pela boca saiam outras.


-- Imagina Rafa, isso acontece, não fica assim. É normal... – Consola Lucila, mas na sua cabeça: “Pelo amor de Deus! Que brochada animal ein? Ta precisando de um viagra mocinho. Nossa! Tão novo e já com esses problemas.”

Lucila vestiu-se e foi embora. Daquele momento em diante esqueceu que Rafael um dia existiu.


Realmente... o mundo da voltas.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O MUNDO DA VOLTAS - Parte I

Lucila era complexada com muitas coisas, e isso de fato era reflexo da sua adolescência conturbada. Na escola, ela era a menina que todos tiravam sarro. Aparelho, gordinha, descabelada, sem grandes vaidades.


Sonhava em ser esbelta como as amigas, em fazer sucesso, em ser notada. Odiava e adorava as festas americanas, pois ao mesmo tempo em que ela encontraria Rafael, sua paixão platônica, também tomaria o costumeiro chá de cadeira.


Rafael era moreno, olhos claros, bonito, atleta, e obviamente não sabia que Lucila existia. Fazia sucesso com as meninas, dançava bem, era articulado e inteligente, enfim, perfeito.


Lucila sonhava com Rafael todos os dias, esperava ele passar por ela no intervalo apenas para acompanhar seu sorriso costumeiro. Seus 13 anos eram vividos cheios de duvidas, mas aquele momento do dia era o momento da certeza. Certeza de que era de Rafael que Lucila gostava.


Um belo dia, Lucila acordou totalmente deprê e prometeu que falaria com Rafael custasse o que custasse. No mesmo bat-horário, no mesmo bat-local, coração na boca, aponta Rafael no fim do corredor. Lucila sem saber onde enfiar a cara preparou-se e tropeçou no Rafael. Enfim as primeiras palavras: “Se liga guria! Olha pra onde anda sua mané!”.


Rafael era realmente um amor de pessoa. Lucila correu para o banheiro, se trancou e caiu em prantos.

Alguns meses depois, em um sábado de sol, Lucila foi convidada por uma amiga a freqüentar um grupo de escoteiros. Ao chegar no local, muitas crianças, muitos adolescente, muitos adultos. Parecia ser divertido, mas de repente, um frio cruzou sua espinha. Lá estava ele com os meninos, Rafael, que já tinha esquecido da existência de Lucila.


Os anos se passaram, Lucila já não era o patinho feio que era. Transformou-se em mulher. Mais segura. Mais dona de si. Saiu do escoteiro aos 19 anos e perdeu contato com a maioria dos colegas. Sua vida tomava um novo rumo.

Lucila se tornara uma ótima profissional e recebeu um convite para trabalhar em outra cidade. Resolveu então dizer tchau para todas as pessoas que marcaram a vida dela. Convidou família, amigos, e claro Rafael.


Muita gente que não a via há muito tempo espantava-se com a mudança. Já não existia mais aparelho dentário, corpo desengonçado, cabelo mal cuidado. Lucila se divertia muito com todos até que chegou Rafael na festa. Rafael já não estava mais com tudo em cima. Tinha engordado, perdido um pouco de cabelo. Realmente o tempo é cruel. Não perdoa mesmo.


Naquele momento Rafael lembrou-se que Lucila existia. E vejam só! Era uma belíssima mulher.


Meses depois da festa, Lucila resolve voltar para Curitiba. A vida dela estava aqui. Mandou um e-mail para seus amigos avisando que estava voltando, e que adoraria rever todo mundo. Surpreendentemente ela recebeu apenas uma resposta que a fez esfregar os olhos para ter certeza que não era miragem. Rafael estava dando mole para ela.

Com um sorriso no canto da boca, Lucila pensou: “se ele pensa que eu sou aquela bobinha, ele não sabe o perigo que está correndo...hehehehe”.


Ao voltar para Curitiba, não tardou receber uma ligação de Rafael com convites e mais convites. Até que um dia, Lucila resolveu aceitar.


-- “Ta bem Rafa, onde te encontro? Estou sozinha, minhas amigas estão viajando, então não me deixe sozinha no bar ein?” – adverte Lucila.

-- “Só um louco a deixaria sozinha Lucila...” – responde Rafael.


Continua...