quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Da auto-ajuda à ficção, ou não.

A idéia deste blog não nasceu do dia pra noite. Na verdade é um antigo projeto de três amigas que começaram a escrever as aventuras amorosas e histórias engraçadas suas e de suas amigas e sonhavam em um dia publicar um livro sobre elas. Sonhavam alto, é verdade... Sonhavam até em um dia dar entrevista no Jô, com os devidos disfarces, é claro. Começaram então a escrever contos, com uma personagem principal: Lucila. Antes que alguém pense mal da nossa personagem principal, vou logo avisando que ela não é uma piranha pervertida, apenas concentrou as histórias de uma série de mulheres. O livro não foi possível, foi então que surgiu a idéia do blog. Com a licença poética, este conto escrito pela amiga que não integra este blog, explica melhor como nasceu essa idéia:

Elas sempre diziam que iam escrever um livro... Afinal não era possível que tudo aquilo acontecesse só com elas... devia ser um mal do mundo modern as pessoas têm problemas de relacionamento com o sexo oposto.

O livro tinha que ser uma realidade, afinal tanto Lucila quanto Juliana precisavam eternizar as suas experiências... precisavam dividir as suas angústias e estresses com mais alguém... nem que fosse com uma folha de papel. Parece que tudo melhorava depois que elas escreviam.

Isso vinha acontecendo há algum tempo, entre elas, é claro. Uma só conseguia sair da pira de um fora ou de uma conquista se contasse para a outra. Podia ser de qualquer jeito, desde email até um telefonema, a qualquer hora do dia. Então, se escrevessem, iam se liberar um pouco mais e se tornariam menos dependentes uma da outra... Será? Ou o efeito seria o contrário?

Elas começariam a escrever juntas e teriam ainda mais assuntos. Ninguém conseguia prever.
Não que elas não trabalhassem... claro que não. Tinham suas atividades normais, trabalhavam, estudavam e tinham família... e além de tudo isso tempo para entrar no msn, sites de relacionamento, revistas femininas, ler livros de mulherzinhas, assistir filmes pimba ou romances água com açúcar.

Escreveriam num horário extra, depois de cumprir todas essas atividades.

E escrever como? Minha nossa, quanto material havia! Quantos foras elas já haviam levado, quantos canos, quantas noites esperando encontros ou telefonemas, quantos surtos compartilhados...
Até que um dia Lucila ficou uma noite e um dia inteiro esperando um encontro que não deu certo (é, isso também virou um conto) o que foi decisivo para uma atitude da Juliana: ela decidiu começar o livro! E logo com aquela história: o cano da amiga! A Lucila ficou contente com o livro, porém tinha que começar logo com um daqueles episódios que se faz de tudo para esquecer? Ela ainda estava sob o impacto de uma overdose de remédios para dor de cabeça e três carteiras de cigarros, fazia de tudo para esquecer o acontecido e a amiga lá, eternizando o que (naquele momento) era o pior acontecimento da sua vida!

E daí começaram os textos, os contos, os emails bem escritos e a coisa só foi evoluindo. A vida pessoal? Continuava aquela loucura de sempre, cheia de dúvidas, estresses, choros (nossa, como a Ju chorava!), enfim, cheia de surtos que eram co]mpartilhados pelas duas amigas, mas que no momento seguinte viravam uma história divertida. Tudo material para o livro.

E no meio dessa loucura de tentar fazer tudo na vida, trabalhar, estudar, escrever e surtar, elas chegaram a melhor conclusão de todas: não importava que não ganhassem dinheiro com o livro, que ele sequer fosse publicado ou que nunca ninguém jamais lesse tudo aquilo (certamente perigoso, pois envolvia a identidade de metade dos caras da sua cidade!). Nada disso tinha valor. O que importava de verdade é que elas tinha conseguido a melhor desculpa de todos os tempos para as suas histórias mal resolvidas: elas só viviam cada momento pelo bem da pesquisa científica e para arrecadar material para a elaboração do livro.

Não buscavam mais a felicidade como antes, mas arrecadavam material literário. Testavam beijar um garoto mais novo, receber cantadas de um mais velho, fingir que acreditavam nas desculpas do namorado, enviar mensagens descompromissadas quando estavam cozidas na balada, ver que efeito surtiam, ligar pra um pretendente, ou deixá-lo subindo pelas paredes enquanto somem durante uma semana (esse último elas nunca conseguiram fazer!)

E nessa mudança de foco as coisas aconteceram naturalmente: namorados novos surgiram, casamentos em vista e por fim, o que eram apenas experiências pessoais, acabaram rendendo muito mais frutos do que imaginavam: estavam na lista dos mais vendidos da revista mais famosa do país... na seção de auto-ajuda... ou seria na de não-ficção?

Lia Sanches Roth

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi prima!!! ADOREI o blog!! Mais um meio de agente manter contato...
Muito legal o texto!!! Temos tantas histórias pra contar que poderiamos escrever o nosso livro tb... hahahaha e por falar nisso... temos que por nossos planos em prática... rs A gente se fala... bjão da Mi

Anônimo disse...

Caramba. Demorei um pouco pra chegar no começo. Psicopata da minha parte procurar traços meus por aqui??? :)
bj!