E lá estava ele, no canto do bar da moda, olhando para ela. Paquerando na maior cara-de-pau! Nossa! Fazia tempo que Lucila não se sentia tão viva! Depois de um relacionamento conturbado, ela estava mais que ansiosa por experimentar a vida de solteira novamente.
Lucila cutucou uma amiga após a outra para que ela mesma se convencesse que o sózia do Marcelo Antony estava de fato olhando para ela. E minha gente: ele estava!
Foi então que entraram no bar 5 amigos babacas do ex-namorado (sim, porque pior que ex-namorado, são os amigos babacas do ex-namorado. Aliás, ex bom é ex morto, já dizia o poeta). Lucila tentou se enfiar no primeiro buraco que encontrou, sem sucesso (é claro), e foi obrigada a cumprimentar os tais sujeitinhos. Todos os ressentimentos relacionados ao ultimo relacionamento começaram a brotar e quando ela estava quase esquecendo os olhares incisivos do tal bonitão, uma luz divina iluminou suas idéias.
Pensou: “Como posso desperdiçar tal oportunidade de ficar com um cara lindo e fazê-los contar para o ex que eu estou SUPER bem, com um gato maravilhoso, e que parece que não aconteceu nada demais comigo”?
Esse pensamento a fez ela voltar ao bar e se concentrar nos olhares do Marcelo Antony. Que corpão! Que sorriso! E ele se aproximou. Pronto! Primeiro contato fonético feito! Que voz! Conversa vai, conversa vem, e em menos de 5 minutos: que lindo! Que cheiroso! Que bem humorado! E para terminar, dançava bem! No fim da música, Lucila facilitou um beijo, e pronto, todos os amigos do ex assistiram de camarote o tal do beijo, mas naquela altura, os planos de Lucila já eram outros, pois o beijo era maravilhoso! Meia hora mais tarde, e Lucila já fazia planos de casamento em sua cabeça, como ela daria a notícia à família, e como ele seria um bom cozinheiro. Ai ai... Sandro era o nome do sózia do Marcelo Antony. Sandro e Lucila... nada mais perfeito.
No dia seguinte ele ligou! Um fofo! Disse coisas que todas as mulheres amam escutar, e a convidou para um jantarzinho a dois. Sandro então explicou que estava sem carro por um tempo. Logicamente, Lucila aceitou o convite e se ofereceu para buscá-lo.
Chegado o grande dia, foram a um restaurante bem legal. Lucila escolheu o prato e o vinho. Tudo perfeito! Compania melhor! As horas passando, o vinho acabou. Sandro então pediu outro vinho maravilhoso para acompanhar aquele momento. Após terminar o jantar:
Sandro: Lucila, você é maravilhosa, e pra você saber: a noite está apenas começando.
Lucila com um sorriso no rosto: Que tal pedirmos a conta então?
Sandro: Claro!
Mais 15 minutos de conversa e risadas:
Lucila: Mas então, vamos pedir a conta?
Sandro: Vamos sim!
E conversa, e risada, e Lucila já não entendendo o porquê que ele não tomava a iniciativa de pedir a conta, pediu ela mesma. A conta chegou minutos depois e ele não abriu a conta para ver quanto tinha saído o tal jantar romântico. Agoniada com a situação, Lucila não se conteve e aproximou a conta ao Sandro. Após 40 minutos de conversa, nada havia mudado. Era ela de um lado da mesa, ele do outro e a conta no meio. Aliás, não tão no meio. Mais para o lado do Sandro do que da Lucila.
Lucila aflita com a ausência de atitude do Sandro em pagar a conta ou pelo menos falar um “vamos dividir”, pegou a conta e abriu. O valor R$175,00. Realmente ele tinha bom gosto para escolher vinhos, pois escolheu o mais caro do cardápio.
Tirou a carteira da bolsa, para ver se ele se coçava, e dizia “não faça isso... eu faço questão de pagar", mas doce ilusão. Pagou a conta, e ele o apenas elogiando as mãos lindas dela enquanto preenchia o cheque.
Ao sair do restaurante, Lucila já sabia o caminho que tomaria depois de tamanha decepção: o levaria direto para casa. Foi então que Sandro pediu para dirigir o carro. Naquela altura do campeonato nada mais a surpreenderia, então não se opôs.
Sandro então, se dirigiu a um dos melhores motéis da cidade. Mais que depressa, Lucila entendeu que foi por causa disso que ele não pagou o jantar, pois planejava passar a noite com ela em uma daquelas suítes maravilhosas! Logo passou a má impressão, e o fato do restaurante já era coisa do passado.
Passaram algumas horas no motel, e na saída, mais uma decepção. Sandro ao “procurar a carteira” se deu conta que havia esquecido em casa. Diante àquela situação extremamente embaraçosa, Lucila se viu obrigada a pagar mais uma singela conta.
Lucila chegou em casa com um pensamento único: Sandro era mais que carta fora do baralho.
Na semana seguinte, as ligações dele não paravam, e Lucila apenas driblando o batedor de carteira. Porém, uma coisa não saía da cabeça dela: “Como pode existir alguém na face da Terra tão cara-de-pau? Será que ele realmente esqueceu a carteira e ficou com vergonha de contar no dia?”. Então, na boa fé, resolveu dar mais uma chance, afinal ele era um homem agradável e bonito demais para ser aproveitador.
Continua...
Um comentário:
Que cara de paaaau!!!
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