segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O DEUS GREGO - parte II (final)

No meio de uma história louca da tia bizarra, Lucila pediu licença, levantou-se e foi até o bar buscar um cinzeiro, quando de repente o cara do megafone começa a interagir com Lucila:

Cara do megafone – Atenção, loira!!!

Lucila olha em direção ao cara do megafone, imóvel. Perguntava-se mentalmente se ela era a “loira” que o mala estava chamando, mas não avistou nenhuma outra num raio de cem metros

Cara do megafone – Você mesma com o cinzeiro na mão!!

Lucila, além de imóvel, fica ROXA.

Cara do megafone – Atenção, loira, os caras de Blumenau querem te conhecer.

Lucila, imóvel, roxa e com o coração quase saindo pela boca não sabia o que fazer. Ela era muito tímida, quase morreu ali naquela situação. Não sabia se soltava o cinzeiro para dizer que o comentário não era para ela, se saía correndo ou se se escondia no meio dos 130 quilos da tia bizarra...

O cara do megafone, percebendo que Lucila estava quase desmaiando de vergonha, largou o megafone e veio falar com Lucila.

Cara do megafone (agora sem megafone) – Desculpe, vi que você ficou com vergonha.
Lucila – Você realmente está me matando de vergonha.
Cara do megafone (agora sem megafone) – Relaxe. É que os caras de Blumenau querem te conhecer de verdade, posso chamá-los?
Lucila – Como assim, chamá-los?

Sem esperar a resposta de Lucila, o cara do megafone chamou todos os caras de Blumenau que estavam na festa.

Os caras fizeram uma fila pra conhecer Lucila, que estava cada vez mais constrangida com a situação, mas não podia dar uma de mal educada na festa do primo de sua melhor amiga.

Era a situação mais ridícula pela qual já tinha passado. Uma fila de homens na sua frente, o primeiro da fila vinha, se apresentava, dava dois beijinhos no rosto e passava para o próximo... Lucila quase morria, enquanto Juliana, Tonhonhóim e a tia dele se divertiam às custas dela. Aliás, a festa toda estava se divertindo às custas de Lucila.

Lucila sentia-se no programa “quer namorar comigo”, só faltava o Silvio Santos.

Até que chegou o último da fila. Lucila não acreditou. Era o deus grego que ela tinha visto no início da festa... Veio e se apresentou. O nome dele era Carlos e ele era uns 4 anos mais novo que Lucila... perguntou se podia sentar ao lado dela, é claaaaaaaaaro que Lucila deixou!!! Era tudo o que ela queria... sentar-se e se esconder depois daquele vexame todo, mas agora começava a ter outras idéias e já pensava que o escoderijo de um metro e oitenta era bem mais agradável do que 130 quilos... Ria sozinha por dentro e no fundo agradecia ao cara do megafone.

O tal do Carlos era realmente bonito. Além de todas as qualidades que Lucila tinha visto de longe, ele tinha um sotaquezinho catarina muito bonitinho, o que a encantou ainda mais. Ele falava “jacarezinho de parede” ao invés de lagartixa e “boi ralado” ao invés de carne moída!! Muuuuuuuuito bonitinho!!!

Os dois conversaram por horas, até que rolou um beijo, seguido de muitos outros. Lucila não acreditava que tinha ficado com um cara tão bonito, tão querido e tão tudo de bom!!! Carlos pegou o telefone dela, que obviamente nem cogitava a possibilidade dele ligar, mas estava feliz de qualquer jeito. Ela ficou com o cara mais bonito que já tinha ficado até então e provavelmente o mais bonito que ia ficar na sua vida toda. E isso já bastava.

Mas, para a surpresa de Lucila, o cara ligou!!! E ainda marcou um encontro no fim de semana seguinte, quando estariam na mesma praia. Era bom demais para ser verdade! E inacreditavelmente ele foi mesmo encontrar Lucila, o que rendeu mais uns beijos. É claro que neste dia Juliana estava munida com uma câmera fotográfica e tirou várias fotos do casal, afinal, ninguém ia acreditar que Lucila ficou com aquele deus grego!!!
(FIM)

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