sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Errata
"PORQUEP" do conto que acabei de escrever na verdade é PQP (fiz substituição de todos os pq por porque e não li depois)... Sorry ;-)
A VINGANÇA DA PIPOQUEIRA - PARTE II (final)
No quinto dia que Mike ignorava completamente Lucila, ela escreveu a seguinte mensagem: “Mike, pelo menos diga se está vivo. Estou preocupada que tenha acontecido algo.”. Foi então que Mike deu sinal de vida e pediu que Lucila ligasse no dia seguinte.
Lucila ligou no dia seguinte, Mike atendeu. Antes de mais nada Lucila disse que o email foi impensado e que ela se arrependia de botar tanta pressão, mas que era o que estava sentindo no momento. Mike, como sempre, a tratou muito bem, disse que ela estava certa em muitas coisas que escreveu e que a viagem do feriado sequer estava confirmada (mentira, mas Lucila acreditou!!!). E com toda a sua lábia conseguiu descolar uma despedida com Lucila antes de viajar.
Lucila então se conformou em esperar por Mike, percebeu que as coisas não eram mais a mesma coisa depois do email e também acabou combinando uma viagem para o mesmo feriado (aquele que originou toda a confusão) com suas amigas, já que estaria sem Mike.
O tempo passou, Mike voltou da viagem de trabalho e logo em seguida veio o feriado. Mike foi pra um lado, Lucila pra outro.
Mike ficou sem dar notícias todos os quatro dias. Lucila foi pra casa de uma amiga sua no interior, com mais 4 amigas. E acabou conhecendo um amigo de uma de suas amigas, Cristiano. Uma baladinha pra cá, outra pra lá, e Lucila acabou ficando com Cristiano no último dia do feriado. E como estava meio borocoxô por causa de Mike, fez um bem enorme a Lucila ter beijado o amigo de sua amiga.
Depois do retorno da viagem, Cristiano não perdeu o contato com Lucila, trocaram telefone, se telefonaram, saíram outras vezes, ficaram... até que um belo dia Mike resolveu ligar pra Lucila. Bem num dia que Lucila estava com Cristiano. Lucila ignorou a chamada. Uma, duas, três vezes. Até que desligou o celular.
Lucila sentiu um prazer indescritível em ignorar Mike... como era bom estar do outro lado... E passou a ignorar Mike por vários outros dias. Nossa, como era bom!!!! Pagar na mesma moeda!!! Mike, que era tudo de bom e não estava acostumando a ser ignorado (apenas a ignorar), não desistiu, até que desbloqueou Lucila no msn e não teve como ela fugir da conversa com Mike.
Mike: Vai me ignorar pra sempre?
Lucila: Oi, Mike, só um minuto.
Dez minutos depois:
Lucila: Oi, Mike, td bem?
Mike: Tudo e você, Lulu?
Lucila: Tudo bem também.
Mike: E aí, vai me contar o que aconteceu? Posso saber porque você está me ignorando?
Lucila: Na verdade, Mike, estou muito confusa e não sei o que te falar.
Mike: Porque?? Confusa porque?
Lucila: Porque aconteceu algo muito assustador comigo e eu não sabia se te contava ou não.
Mike: O que aconteceu, Lulu??
Lucila: Lembra da nossa despedida, que você insistiu em transar sem camisinha?
Mike: Ta...
Lucila: Então... minha menstruação atrasou, eu senti tonturas... e eu achei que estivesse grávida...
Mike parou de falar. Lucila achou q ele tinha tido em enfarte. Mas quinze minutos depois ele apresentou sinal de vida:
Mike: PORQUEP, LUCILA!!!!!
Lucila: Porquep, o q? Porquep eu que passei o feriado todo preocupada, desesperada achando que estava com o mini Mike na barriga...
Mike: Você tinha que ter me contado!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Lucila: Contar sem ter certeza??? Nananinanão... Mas não era nada, querido... pra nossa sorte. Entendeu agora o motivo do meu sumiço??
Mike: Entendi. Mas você tinha que ter me contado.
Lucila: Não queria preocupar você.
Mike: Ta, então vamos nos encontrar pessoalmente pra conversar.
Lucila: Ah, não sei...
Mike: Não sabe??? Como assim???
Lucila: Não sei se é uma boa... depois deste susto, ando mais pensativa, não acho certo levarmos uma relação que não vai dar em nada... Por enquanto prefiro ficar no meu canto...
Muita insistência de um lado e muita resistência de outro depois, Mike aceitou (mas não entendeu) o fora que estava levando... E Lucila sentiu-se ótima em dar um susto em Mike.
Lucila ligou no dia seguinte, Mike atendeu. Antes de mais nada Lucila disse que o email foi impensado e que ela se arrependia de botar tanta pressão, mas que era o que estava sentindo no momento. Mike, como sempre, a tratou muito bem, disse que ela estava certa em muitas coisas que escreveu e que a viagem do feriado sequer estava confirmada (mentira, mas Lucila acreditou!!!). E com toda a sua lábia conseguiu descolar uma despedida com Lucila antes de viajar.
Lucila então se conformou em esperar por Mike, percebeu que as coisas não eram mais a mesma coisa depois do email e também acabou combinando uma viagem para o mesmo feriado (aquele que originou toda a confusão) com suas amigas, já que estaria sem Mike.
O tempo passou, Mike voltou da viagem de trabalho e logo em seguida veio o feriado. Mike foi pra um lado, Lucila pra outro.
Mike ficou sem dar notícias todos os quatro dias. Lucila foi pra casa de uma amiga sua no interior, com mais 4 amigas. E acabou conhecendo um amigo de uma de suas amigas, Cristiano. Uma baladinha pra cá, outra pra lá, e Lucila acabou ficando com Cristiano no último dia do feriado. E como estava meio borocoxô por causa de Mike, fez um bem enorme a Lucila ter beijado o amigo de sua amiga.
Depois do retorno da viagem, Cristiano não perdeu o contato com Lucila, trocaram telefone, se telefonaram, saíram outras vezes, ficaram... até que um belo dia Mike resolveu ligar pra Lucila. Bem num dia que Lucila estava com Cristiano. Lucila ignorou a chamada. Uma, duas, três vezes. Até que desligou o celular.
Lucila sentiu um prazer indescritível em ignorar Mike... como era bom estar do outro lado... E passou a ignorar Mike por vários outros dias. Nossa, como era bom!!!! Pagar na mesma moeda!!! Mike, que era tudo de bom e não estava acostumando a ser ignorado (apenas a ignorar), não desistiu, até que desbloqueou Lucila no msn e não teve como ela fugir da conversa com Mike.
Mike: Vai me ignorar pra sempre?
Lucila: Oi, Mike, só um minuto.
Dez minutos depois:
Lucila: Oi, Mike, td bem?
Mike: Tudo e você, Lulu?
Lucila: Tudo bem também.
Mike: E aí, vai me contar o que aconteceu? Posso saber porque você está me ignorando?
Lucila: Na verdade, Mike, estou muito confusa e não sei o que te falar.
Mike: Porque?? Confusa porque?
Lucila: Porque aconteceu algo muito assustador comigo e eu não sabia se te contava ou não.
Mike: O que aconteceu, Lulu??
Lucila: Lembra da nossa despedida, que você insistiu em transar sem camisinha?
Mike: Ta...
Lucila: Então... minha menstruação atrasou, eu senti tonturas... e eu achei que estivesse grávida...
Mike parou de falar. Lucila achou q ele tinha tido em enfarte. Mas quinze minutos depois ele apresentou sinal de vida:
Mike: PORQUEP, LUCILA!!!!!
Lucila: Porquep, o q? Porquep eu que passei o feriado todo preocupada, desesperada achando que estava com o mini Mike na barriga...
Mike: Você tinha que ter me contado!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Lucila: Contar sem ter certeza??? Nananinanão... Mas não era nada, querido... pra nossa sorte. Entendeu agora o motivo do meu sumiço??
Mike: Entendi. Mas você tinha que ter me contado.
Lucila: Não queria preocupar você.
Mike: Ta, então vamos nos encontrar pessoalmente pra conversar.
Lucila: Ah, não sei...
Mike: Não sabe??? Como assim???
Lucila: Não sei se é uma boa... depois deste susto, ando mais pensativa, não acho certo levarmos uma relação que não vai dar em nada... Por enquanto prefiro ficar no meu canto...
Muita insistência de um lado e muita resistência de outro depois, Mike aceitou (mas não entendeu) o fora que estava levando... E Lucila sentiu-se ótima em dar um susto em Mike.
E esse foi o final do romance de Mike e Lucila.
(fim)
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
A VINGANÇA DA PIPOQUEIRA - PARTE I
Até que enfim parecia que Lucila estava tendo um relacionamento relativamente estável. Após o término definitivo do seu namoro com Rafael e depois do término do namoro de seu rolo antigo Michel, eles se reencontraram e estavam ficandinho. Lucila e Michel se davam bem, se conheciam há milhares de anos e o clima entre eles era de namoro antigo... Nada muito emocionante, mas estavam se vendo com uma freqüência de média a alta, o que já era suficiente pra Lucila pensar em namorar sério. O que obviamente não acontecia com Michel, que aparentemente queria curtir a vida e ter um “comes” garantido para os momentos de solidão. Mas Lucila não enxergava desta maneira, achava que era a mulher da vida de Mike (como ela o chamava) e ele o homem da vida dela. Sim!! Estava apaixonada, na medida do possível, já que Mike não lhe dava muitos indícios de corresponder a essa paixão.
Eis que numa bela noite, Mike levou Lucila para um jantar super romântico no mcdonalds, depois um motelzinho básico, onde Mike deu a notícia que iria viajar a trabalho ao exterior durante dois meses. Lucila ficou triste. Mike, mais romântico do que o normal, pediu que Lucila prometesse que esperaria por ele enquanto ele estivesse fora. Lucila, achando o máximo e que aquilo significava início de compromisso de pronto aceitou e disse que esperaria com muito gosto seu amado voltar de viagem.
Aquilo era muito romântico. Mas Lucila achou bom demais pra ser verdade (Mike era um cafa daqueles!) e tentou por muitos dias achar uma sarna pra se coçar. Fez isso fuçando a vida de Mike pelos meios que pudesse. Vasculhando seu telefone celular quando ele ia ao banheiro, tentando entender as conversas que ele tinha no telefone e através do mais vasto compêndio de informações pessoais disponível no momento: o orkut.
E foi através o orkut que Lucila descobriu que Mike planejava uma viagem para um feriado logo quando chegasse da viagem de trabalho. Uma viagem com um grupo de amigos e amigas (isso mesmo!!! AMIGAS!!!!) que não incluía Lucila. A casa já estava alugada e tudo!!!! Lucila ficou muito, mas muito enraivecida.... “Quem ele pensa que é pra achar que eu vou ficar esperando por ele nessas condições??? Não vou ficar sentadinha e comportada esperando ele voltar. Vou ter que tomar uma atitude”.
E num ato reflexo e impensado, Lucila coloca os dedinhos pra funcionar e escreve um email enoooooorme para Mike, dizendo tudo que ela pensava. Dizendo que achava que eles eram mais que meros ficantes, que fuçou no orkut e descobriu sobre a viagem, perguntando como ele fez isso se pediu pra ela espera-lo, e blá, blá, blá!!! Sem titubear e sem pedir aprovação de nenhuma amiga, clicou no “enviar”. Ao mesmo tempo, ligou pra Mike e disse pra ele ler um email que ela mandou assim que pudesse. Mike disse que sabia que aí tinha, que quando Lucila preferia escrever a falar, era bomba na certa. Mas Lucila pediu que Mike lesse para depois conversar.
Lucila calculou os minutos (uns 45) que Mike levaria para ler o email dela e a partir daí começou a surtar... Passaram-se 5, 10, 40 minutos... e nada de Mike chamar Lucila. Uma hora, duas horas... a tarde toda!!!! E nada!!!!! Mike estranhamente aparecia com status ausente no msn. Até que no fim da tarde Lucila não se agüentou e chamou Mike. Mas ele não respondeu.
E foi assim por vários dias. Mike ficou offline a partir do segundo dia. Lucila estava absolutamente arrependida de ter estragado tudo e mandado o email, mas não cansava em tentar contato com Mike. Mandou e-mail, msg no celular, frase no msn... e nada de Mike.
Eis que numa bela noite, Mike levou Lucila para um jantar super romântico no mcdonalds, depois um motelzinho básico, onde Mike deu a notícia que iria viajar a trabalho ao exterior durante dois meses. Lucila ficou triste. Mike, mais romântico do que o normal, pediu que Lucila prometesse que esperaria por ele enquanto ele estivesse fora. Lucila, achando o máximo e que aquilo significava início de compromisso de pronto aceitou e disse que esperaria com muito gosto seu amado voltar de viagem.
Aquilo era muito romântico. Mas Lucila achou bom demais pra ser verdade (Mike era um cafa daqueles!) e tentou por muitos dias achar uma sarna pra se coçar. Fez isso fuçando a vida de Mike pelos meios que pudesse. Vasculhando seu telefone celular quando ele ia ao banheiro, tentando entender as conversas que ele tinha no telefone e através do mais vasto compêndio de informações pessoais disponível no momento: o orkut.
E foi através o orkut que Lucila descobriu que Mike planejava uma viagem para um feriado logo quando chegasse da viagem de trabalho. Uma viagem com um grupo de amigos e amigas (isso mesmo!!! AMIGAS!!!!) que não incluía Lucila. A casa já estava alugada e tudo!!!! Lucila ficou muito, mas muito enraivecida.... “Quem ele pensa que é pra achar que eu vou ficar esperando por ele nessas condições??? Não vou ficar sentadinha e comportada esperando ele voltar. Vou ter que tomar uma atitude”.
E num ato reflexo e impensado, Lucila coloca os dedinhos pra funcionar e escreve um email enoooooorme para Mike, dizendo tudo que ela pensava. Dizendo que achava que eles eram mais que meros ficantes, que fuçou no orkut e descobriu sobre a viagem, perguntando como ele fez isso se pediu pra ela espera-lo, e blá, blá, blá!!! Sem titubear e sem pedir aprovação de nenhuma amiga, clicou no “enviar”. Ao mesmo tempo, ligou pra Mike e disse pra ele ler um email que ela mandou assim que pudesse. Mike disse que sabia que aí tinha, que quando Lucila preferia escrever a falar, era bomba na certa. Mas Lucila pediu que Mike lesse para depois conversar.
Lucila calculou os minutos (uns 45) que Mike levaria para ler o email dela e a partir daí começou a surtar... Passaram-se 5, 10, 40 minutos... e nada de Mike chamar Lucila. Uma hora, duas horas... a tarde toda!!!! E nada!!!!! Mike estranhamente aparecia com status ausente no msn. Até que no fim da tarde Lucila não se agüentou e chamou Mike. Mas ele não respondeu.
E foi assim por vários dias. Mike ficou offline a partir do segundo dia. Lucila estava absolutamente arrependida de ter estragado tudo e mandado o email, mas não cansava em tentar contato com Mike. Mandou e-mail, msg no celular, frase no msn... e nada de Mike.
(continua)
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
A MEIA DA SORTE
Esses dias minha mãe veio me perguntar se podia jogar fora uma meia minha, pois estava velha e furada... Olhei praquela meia e me vieram tantas lembranças...
Eu tinha esta meia desde que eu estava na faculdade (olha que meia boa, durou tanto tempo), era listrada, super colorida (verde, rosa e amarela) e tinha um poder mágico. Toda vez que eu colocava a bendita meia eu beijava alguém!!
Era incrível... às vezes eu desafiava aquele poder, colocava a meia em plena segunda-feira ou num dia que eu tinha certeza que não ia rolar nada com ninguém... mas a meia insistia em querer provar que era mais forte que a minha vontade, acabava pintando um programa e pimba, lá estava eu me dando bem.
Com o tempo, à medida em que fui percebendo que cada vez que eu ficava com alguém eu estava com a meia e comecei a realmente acreditar que aquilo não era uma simples coincidência, passei a respeitar aquela meia e os poderes dela, por mais estranho que isso possa parecer. Ela me fazia uma mulher mais bonita e mais segura.
Contei às minhas amigas sobre os poderes da meia, e elas não acreditavam... mas cada vez q eu me dava bem, elas faziam um sinal pra eu mostrar a meia e entre um amasso e outro eu puxava a calça um pouquinho e lá estava ela nos meus pés... Os meus acompanhantes é que não entendiam nada... achavam que era um código, sei lá...
Até que um dia comecei a namorar... passei a não dar mais tanta atenção àquela peça de vestuário, pois eu estava sempre garantida, não precisava mais da meia pra me dar bem. A meia ficou lá esquecida, sendo usada esporadicamente, como se fosse uma meia comum. Acho que ela entrou em depressão e acabou perdendo os poderes, pois depois que terminei meu namoro, 4 anos depois, tentei resgatar seus poderes mágicos, mas a meia nunca mais deu resultado... coitadinha...
Por isso hesitei um pouco com a indagação da minha mãe... mas deixei jogá-la fora... Passei a acreditar mais no meu taco!!
Eu tinha esta meia desde que eu estava na faculdade (olha que meia boa, durou tanto tempo), era listrada, super colorida (verde, rosa e amarela) e tinha um poder mágico. Toda vez que eu colocava a bendita meia eu beijava alguém!!
Era incrível... às vezes eu desafiava aquele poder, colocava a meia em plena segunda-feira ou num dia que eu tinha certeza que não ia rolar nada com ninguém... mas a meia insistia em querer provar que era mais forte que a minha vontade, acabava pintando um programa e pimba, lá estava eu me dando bem.
Com o tempo, à medida em que fui percebendo que cada vez que eu ficava com alguém eu estava com a meia e comecei a realmente acreditar que aquilo não era uma simples coincidência, passei a respeitar aquela meia e os poderes dela, por mais estranho que isso possa parecer. Ela me fazia uma mulher mais bonita e mais segura.
Contei às minhas amigas sobre os poderes da meia, e elas não acreditavam... mas cada vez q eu me dava bem, elas faziam um sinal pra eu mostrar a meia e entre um amasso e outro eu puxava a calça um pouquinho e lá estava ela nos meus pés... Os meus acompanhantes é que não entendiam nada... achavam que era um código, sei lá...
Até que um dia comecei a namorar... passei a não dar mais tanta atenção àquela peça de vestuário, pois eu estava sempre garantida, não precisava mais da meia pra me dar bem. A meia ficou lá esquecida, sendo usada esporadicamente, como se fosse uma meia comum. Acho que ela entrou em depressão e acabou perdendo os poderes, pois depois que terminei meu namoro, 4 anos depois, tentei resgatar seus poderes mágicos, mas a meia nunca mais deu resultado... coitadinha...
Por isso hesitei um pouco com a indagação da minha mãe... mas deixei jogá-la fora... Passei a acreditar mais no meu taco!!
(Obs.: este pequeno texto não foi escrito na forma de conto, mas acho que está dentro da temática e do perfil, bem como do espírito deste blog)
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
O MANÉ
Mau humor. Qualquer um que olhasse pra cara dela naquela manhã saberia que Lucila não estava nos seus melhores dias. Os motivos eram vários. Era segunda feira. O chuveiro não esquentou. Estava de TPM. A internet não estava funcionando. Plutão não era mais planeta. O que mais podia acontecer???
Enfim, Lucila não tinha outra opção senão trabalhar em silêncio, rezando pra que nenhuma alma viva cruzasse o seu caminho. Até que teve que ir fazer umas fotocópias (PQP!!!!) e teve que sair do escritório. A porta do seu escritório dava de frente para um outro escritório.
Quando Lucila saiu do seu escritório escutou um comentário:
- Quando é que você vai almoçar comigo???
“Ai, não!!!”, pensou Lucila. “Tudo que eu precisava hoje era que o mané do escritório da frente me convidasse pra almoçar... PQP..., vou mandar ele praquele lugar”. Mas Lucila se conteve e conseguiu dar uma resposta educada, automática, sem olhar pra trás, nem parar de andar:
- Quando você me convidar!
E passou.
O cara do escritório da frente era o protótipo do mané. Quando inventaram essa expressão, com certeza inspiraram-se em alguém como o mané do escritório da frente. Ele encarnava a manezice como ninguém. Óculos fundo de garrafa, espinhento, inteligente e chato. Muuuuuuuuuuito chato. Ninguém gostava do coitado.
Lucila foi até a papelaria, fez as fotocópias e voltou ao escritório, rezando pra não encontrar o mané pela frente. Não encontrou. “Ufa”. Voltou a curtir seu mau humor sozinha, ligou o piloto automático e trabalhou em silêncio durante o resto da manhã.
Até que bem perto do meio dia o colega de trabalho de Lucila, Alexandre (um gostoso, moreno, alto e olhos claros... mas casado) avisou que tinha ligação pra Lucila.
Lucila – Alôô.
A voz do outro lado da linha respondeu: “Oi, Lucila, aqui é o José Carlos, do escritório da frente”
Lucila pensa: “Caraca, quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece!!!”. Já sabia o que vinha pela frente... Tentou manter a cordialidade:
Lucila – Oi, José Carlos.
Mané – Então, estou te ligando para convidá-la formalmente a almoçar comigo hoje.
Lucila (ela não tinha condições de ir almoçar com aquela criatura naquele dia... até poderia fazer uma boa ação num outro dia, mas aquele dia em especial ela não queria nem trocar duas palavras com ninguém. Muito menos com o mané do escritório da frente. Resolveu ser um pouco sincera) – Ai, José Carlos, muito obrigada pelo convite, mas infelizmente não vou poder ir almoçar com você hoje, estou morrendo de dor de cabeça.
Mané – Puxa, estimo melhoras.
Lucila (“Estimo melhoras???? Quem na face da terra fala ‘estimo melhoras’... Ninguém, só poderia ser esse mané aí mesmo... afff”) – Obrigada.
Mane – Um beijo.
Lucila (Como assim um beijo??? Que intimidade é essa???) – Tchau.
Após o telefonema, o mau humor de Lucila só aumentou... Trabalhou em silêncio a tarde toda.
No dia seguinte, Lucila estava um pouco menos mal humorada... nada do mané... ainda bem!!! Lucila definitivamente tinha implicado com o coitado do rapaz.
Contudo, no final do dia, Lucila teve uma surpresa, não muito agradável. Era o cúmulo da manezice, a confirmação de que realmente o cara era um nerd nato. Recebeu uma correspondência, quando abriu o envelope, uma surpresa: era a imitação fiel de uma intimação judicial, inclusive com os carimbos e demais formalidades e carimbo oficial (sabe-se-lá como foi arranjado), “intimando” Lucila pra ir almoçar com o Mané do escritório da frente no dia seguinte!!
Aquilo foi demais. Lucila não era uma pessoa ruim. Mas aquilo era demais!!! No ato, pegou o telefone e contou a mentira mais cabeluda que veio à sua cabeça, disse que era casada e tralalá...
Logo José Carlos passou num concurso público e Lucila nunca mais teve que olhar pra cara dele.
Enfim, Lucila não tinha outra opção senão trabalhar em silêncio, rezando pra que nenhuma alma viva cruzasse o seu caminho. Até que teve que ir fazer umas fotocópias (PQP!!!!) e teve que sair do escritório. A porta do seu escritório dava de frente para um outro escritório.
Quando Lucila saiu do seu escritório escutou um comentário:
- Quando é que você vai almoçar comigo???
“Ai, não!!!”, pensou Lucila. “Tudo que eu precisava hoje era que o mané do escritório da frente me convidasse pra almoçar... PQP..., vou mandar ele praquele lugar”. Mas Lucila se conteve e conseguiu dar uma resposta educada, automática, sem olhar pra trás, nem parar de andar:
- Quando você me convidar!
E passou.
O cara do escritório da frente era o protótipo do mané. Quando inventaram essa expressão, com certeza inspiraram-se em alguém como o mané do escritório da frente. Ele encarnava a manezice como ninguém. Óculos fundo de garrafa, espinhento, inteligente e chato. Muuuuuuuuuuito chato. Ninguém gostava do coitado.
Lucila foi até a papelaria, fez as fotocópias e voltou ao escritório, rezando pra não encontrar o mané pela frente. Não encontrou. “Ufa”. Voltou a curtir seu mau humor sozinha, ligou o piloto automático e trabalhou em silêncio durante o resto da manhã.
Até que bem perto do meio dia o colega de trabalho de Lucila, Alexandre (um gostoso, moreno, alto e olhos claros... mas casado) avisou que tinha ligação pra Lucila.
Lucila – Alôô.
A voz do outro lado da linha respondeu: “Oi, Lucila, aqui é o José Carlos, do escritório da frente”
Lucila pensa: “Caraca, quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece!!!”. Já sabia o que vinha pela frente... Tentou manter a cordialidade:
Lucila – Oi, José Carlos.
Mané – Então, estou te ligando para convidá-la formalmente a almoçar comigo hoje.
Lucila (ela não tinha condições de ir almoçar com aquela criatura naquele dia... até poderia fazer uma boa ação num outro dia, mas aquele dia em especial ela não queria nem trocar duas palavras com ninguém. Muito menos com o mané do escritório da frente. Resolveu ser um pouco sincera) – Ai, José Carlos, muito obrigada pelo convite, mas infelizmente não vou poder ir almoçar com você hoje, estou morrendo de dor de cabeça.
Mané – Puxa, estimo melhoras.
Lucila (“Estimo melhoras???? Quem na face da terra fala ‘estimo melhoras’... Ninguém, só poderia ser esse mané aí mesmo... afff”) – Obrigada.
Mane – Um beijo.
Lucila (Como assim um beijo??? Que intimidade é essa???) – Tchau.
Após o telefonema, o mau humor de Lucila só aumentou... Trabalhou em silêncio a tarde toda.
No dia seguinte, Lucila estava um pouco menos mal humorada... nada do mané... ainda bem!!! Lucila definitivamente tinha implicado com o coitado do rapaz.
Contudo, no final do dia, Lucila teve uma surpresa, não muito agradável. Era o cúmulo da manezice, a confirmação de que realmente o cara era um nerd nato. Recebeu uma correspondência, quando abriu o envelope, uma surpresa: era a imitação fiel de uma intimação judicial, inclusive com os carimbos e demais formalidades e carimbo oficial (sabe-se-lá como foi arranjado), “intimando” Lucila pra ir almoçar com o Mané do escritório da frente no dia seguinte!!
Aquilo foi demais. Lucila não era uma pessoa ruim. Mas aquilo era demais!!! No ato, pegou o telefone e contou a mentira mais cabeluda que veio à sua cabeça, disse que era casada e tralalá...
Logo José Carlos passou num concurso público e Lucila nunca mais teve que olhar pra cara dele.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
MENSAGENS - Parte II (final)
Tomaram algumas cervejas e Lucila começou a estranhar que Juliana não ligava... O normal era Ju ter ligado logo que recebeu a mensagem. Lucila então não agüentou e ligou pra Juliana.
Juliana – Oi, Luci.
Lucila – Oi Ju. Recebeu minha mensagem?
Juliana – Que mensagem?
Lucila – Essas operadoras de celular são uma b... mesmo... Guria, estouaquinotacoencontreiotinhomaselenemolhounaminhacaraedepoiseuligueinoceludeleeelenaoatendeudepropósitoe....
Juliana – Calma, Luci... me conte com calma....
Depois de tudo explicado com calma, Juliana falou:
- Lúci, o Tinho é esquisito mesmo... nem sei o que te falar. Mas acho que ele não deve ter visto você mesmo... Aproveita aí com a Clara, preciso desligar. Viu, mas a mensagem não chegou mesmo...
Lúci vai ao banheiro, e, quando está lavando a mão, tem uma idéia maluca... mas muito desconfortável... “E se eu mandei a mensagem pra pessoa errada???”. Lucila precisava verificar isso... Apenas e tão somente Juliana e Clara poderiam ficar sabendo do teor daquela mensagem. Lucila não agüentaria se mais uma pessoa soubesse que ela foi ignorada por Tinho!!! Voltou correndo à mesa. Olhou no celular e jogou-o em cima da mesa....
Clara – O que foi Lúci??? O que aconteceu??
Lucila – Guriaaaaaaaaaaaa, mandei a mensagem pra pessoa errada.
Clara – Pra quem?
Lucila – Pro Tinho!!!!
Clara não conseguiu se segurar e começou a rir... enquanto isso, Lucila começou a ligar pra Tinho, desesperadamente, como se adiantasse alguma coisa, como se ela pedisse pra ele apagar a mensagem sem ler, ele fizesse mesmo isso.
Lucila ligou 17 vezes no celular de Tinho... afinal, já estava tudo perdido mesmo... Na 18ª vez, ele atendeu.
Lucila – Oi, Tinho.
Tinho – Oi, Luci.
Lucila – Tinho, pelamordedeus, você recebeu uma mensagem minha?
Tinho – Não. Nenhuma.
Lucila – Ta, mas se você receber, não leia, ta?
Tinho – Ahahahahahah...
Lucila – É sério, Tinho!!! Não leia.
Tinho – Ahahahahahah...
Lucila – Tinho, prestenção, é sério...
Tinho – Lúci, não tenho como te prometer isso... Se você mandou uma mensagem no meu celu, eu vou ter que ler. Ainda mais agora, estou curiosíssimo!!!
Lucila - Tinho, a mensagem não era pra você. Era pra Ju. E o pior: era SOBRE você. Ta, vou ter que te contar então... aiaiai, que situação... Você estava no Taco hoje?
Tinho – Estava sim, como você sabe?
Lucila – É que eu estou aqui... e vi você.
Tinho – E não foi falar comigo porque?
Lucila – Ai, é que eu achei que você tinha me visto e não veio falar comigo pq não quis.
Tinho – Imagina... porque eu não falaria com você? Eu estava aí com um cara da minha empresa... teria ficado mais se tivesse visto você.
Lucila (pensando que a essa hora o cara já estava pensando que ela era uma louca desvairada e que nunca mais o beijaria, mas não restava outra solução senão explicar o ocorrido) – Então, daí você saiu sem falar comigo e eu liguei no seu celular, mas aí você não me atendeu.
Tinho – Lúci, meu celular só tocou agora... Aliás, tinha outras chamadas suas quando eu atendi essa sua ligação, pois eu estava tomando banho, mas antes disso meu celular não tocou.
Lucila (muito constrangida e em processo de autoflagelação) – Então Tinho... eu achei que você tivesse me visto, não quis falar comigo e depois ainda não quis me atender.
Tinho – Imagina, Luci... porque eu faria isso?? E o que isso tem a ver com a mensagem?
Lucila – Então, eu estava possessa e escrevi uma mensagem pra Ju, mas acabei enviando errado pra você!
Tinho – Ahahahahahahah. E o que você escreveu na mensagem que está tão preocupada?
Lucila – Hmm... meio que falei mal de você...
Tinho – Hahahahahahah. Lúci, olha só... não se preocupe... a mensagem não chegou ainda... mas certamente está demorando porque as nossas operadoras são diferentes. Logo ela deve chegar, mas não se preocupe. Nada muda entre nós, Ta?
Lucila – Hmmm... tá... Desculpa, Tinho...
Tinho – Sem problemas, nos falamos amanhã.
Lucila desliga o telefone... muuuito envergonhada... Toma mais uma cerveja com Clara. Dali a pouco chega uma mensagem de Tinho no seu celular:
“Recebi a sua mensagem. Só pra esclarecer, eu não vi você no bar e meu celular não tocou quando eu saí daí. Cuidado com as mensagens, elas ainda podem colocar você numa fria”.
Lucila deu uma risada de leve. Mas ainda achava que Tinho não quis atender a ligação dela... E foi assim que Lucila perdeu mais um gatinho.
Juliana – Oi, Luci.
Lucila – Oi Ju. Recebeu minha mensagem?
Juliana – Que mensagem?
Lucila – Essas operadoras de celular são uma b... mesmo... Guria, estouaquinotacoencontreiotinhomaselenemolhounaminhacaraedepoiseuligueinoceludeleeelenaoatendeudepropósitoe....
Juliana – Calma, Luci... me conte com calma....
Depois de tudo explicado com calma, Juliana falou:
- Lúci, o Tinho é esquisito mesmo... nem sei o que te falar. Mas acho que ele não deve ter visto você mesmo... Aproveita aí com a Clara, preciso desligar. Viu, mas a mensagem não chegou mesmo...
Lúci vai ao banheiro, e, quando está lavando a mão, tem uma idéia maluca... mas muito desconfortável... “E se eu mandei a mensagem pra pessoa errada???”. Lucila precisava verificar isso... Apenas e tão somente Juliana e Clara poderiam ficar sabendo do teor daquela mensagem. Lucila não agüentaria se mais uma pessoa soubesse que ela foi ignorada por Tinho!!! Voltou correndo à mesa. Olhou no celular e jogou-o em cima da mesa....
Clara – O que foi Lúci??? O que aconteceu??
Lucila – Guriaaaaaaaaaaaa, mandei a mensagem pra pessoa errada.
Clara – Pra quem?
Lucila – Pro Tinho!!!!
Clara não conseguiu se segurar e começou a rir... enquanto isso, Lucila começou a ligar pra Tinho, desesperadamente, como se adiantasse alguma coisa, como se ela pedisse pra ele apagar a mensagem sem ler, ele fizesse mesmo isso.
Lucila ligou 17 vezes no celular de Tinho... afinal, já estava tudo perdido mesmo... Na 18ª vez, ele atendeu.
Lucila – Oi, Tinho.
Tinho – Oi, Luci.
Lucila – Tinho, pelamordedeus, você recebeu uma mensagem minha?
Tinho – Não. Nenhuma.
Lucila – Ta, mas se você receber, não leia, ta?
Tinho – Ahahahahahah...
Lucila – É sério, Tinho!!! Não leia.
Tinho – Ahahahahahah...
Lucila – Tinho, prestenção, é sério...
Tinho – Lúci, não tenho como te prometer isso... Se você mandou uma mensagem no meu celu, eu vou ter que ler. Ainda mais agora, estou curiosíssimo!!!
Lucila - Tinho, a mensagem não era pra você. Era pra Ju. E o pior: era SOBRE você. Ta, vou ter que te contar então... aiaiai, que situação... Você estava no Taco hoje?
Tinho – Estava sim, como você sabe?
Lucila – É que eu estou aqui... e vi você.
Tinho – E não foi falar comigo porque?
Lucila – Ai, é que eu achei que você tinha me visto e não veio falar comigo pq não quis.
Tinho – Imagina... porque eu não falaria com você? Eu estava aí com um cara da minha empresa... teria ficado mais se tivesse visto você.
Lucila (pensando que a essa hora o cara já estava pensando que ela era uma louca desvairada e que nunca mais o beijaria, mas não restava outra solução senão explicar o ocorrido) – Então, daí você saiu sem falar comigo e eu liguei no seu celular, mas aí você não me atendeu.
Tinho – Lúci, meu celular só tocou agora... Aliás, tinha outras chamadas suas quando eu atendi essa sua ligação, pois eu estava tomando banho, mas antes disso meu celular não tocou.
Lucila (muito constrangida e em processo de autoflagelação) – Então Tinho... eu achei que você tivesse me visto, não quis falar comigo e depois ainda não quis me atender.
Tinho – Imagina, Luci... porque eu faria isso?? E o que isso tem a ver com a mensagem?
Lucila – Então, eu estava possessa e escrevi uma mensagem pra Ju, mas acabei enviando errado pra você!
Tinho – Ahahahahahahah. E o que você escreveu na mensagem que está tão preocupada?
Lucila – Hmm... meio que falei mal de você...
Tinho – Hahahahahahah. Lúci, olha só... não se preocupe... a mensagem não chegou ainda... mas certamente está demorando porque as nossas operadoras são diferentes. Logo ela deve chegar, mas não se preocupe. Nada muda entre nós, Ta?
Lucila – Hmmm... tá... Desculpa, Tinho...
Tinho – Sem problemas, nos falamos amanhã.
Lucila desliga o telefone... muuuito envergonhada... Toma mais uma cerveja com Clara. Dali a pouco chega uma mensagem de Tinho no seu celular:
“Recebi a sua mensagem. Só pra esclarecer, eu não vi você no bar e meu celular não tocou quando eu saí daí. Cuidado com as mensagens, elas ainda podem colocar você numa fria”.
Lucila deu uma risada de leve. Mas ainda achava que Tinho não quis atender a ligação dela... E foi assim que Lucila perdeu mais um gatinho.
(Fim)
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
MENSAGENS - Parte I
Lucila estava numa boa fase. Depois de quase se afundar num poço sem fundo depois de seu último romance, conseguiu se reerguer e estava tendo um saudável affair com o misterioso Tinho.
Embora fosse primo de Juliana, esta nada ou quase nada sabia sobre o cara, que sempre foi muito misterioso e levava uma vida dupla: workaholic ao extremo e boêmio inveterado... Ao mesmo tempo!!! O cara simplesmente não dormia! Quando não ficava até altas horas no trabalho, estava na balada. Ou em algum outro local que não a sua casa nem o trabalho.
Tinho, além de misterioso, era cercado de coisas esquisitas. Era magro, mas já tinha sido gordinho e por isso ainda achava que era gordo, assim sempre usava roupas esquisitas, meio largas... Ao mesmo tempo era extremamente preocupado com a sua aparência e ainda por cima tinha um cachorrinho bichon frisé.... hmmm... Além disso, Lucila tinha conhecido Tinho num evento nada convencional para conhecer gatinhos: num velório! Afinal, Juliana não podia perder a oportunidade de apresentar o seu ÚNICO primo bonito à sua melhor amiga, e tentar salvá-la daquela fase deprê.
Tudo isso levantava altas suspeitas sobre a verdadeira personalidade do primo misterioso... Seria ele vampiro?? Mulherengo?? Tinha uma amante velha e rica?? Seria gay??
Bom, de qualquer modo, as coisas estavam indo muito bem. Estavam bem na fase quando tudo é lindo, mensaginhas bonitinhas pra cá, emailzinhos pra lá... telefonemas no meio da tarde... Tudo super água com açúcar, mas era o que Lucila precisava pra levantar seu ego.
E esse chove não molha estava sendo ótimo, pois ao mesmo tempo em que estava neste clima de romance, podia sair com as suas amigas e não precisava dar satisfações a ninguém.
Eis que numa noite dessas de baladinhas lights com as amigas e que Juliana não podia sair, Lucila saiu despretensioamente com Clara, afinal precisam comentar sobre a história que denominavam “episódio primo da Ju”. Foram num bar super tradicional, e quando entram Lucila dá de cara com Tinho, sentado numa mesa com mais um cara (seria ele o amante gay?).
Lucila – Clara!
Clara – o que foi?
Lucila – Guriaaaa, o Tinho tá aí!!!!
Clara – Que Tinho sua doida?
Lucila – O primo da Ju q eu to pegando... que ta me pegando... ou vice-versa.. tanto faz... ai e agora?
Clara – Guria aondeeeee? Me mostra que eu quero vê-lo, afinal não o conheço ainda.
Lucila – Cala boca sua louca... ele vai ver que estamos falando dele! Ele tá ali... exatamente ali (apontando com o nariz para a mesa de Tinho já que não podia fazer um escândalo no meio do bar, senão ele a veria com certeza absoluta).
Clara – vai lá falar com ele!
Lucila – Ta louca? Deixa ele me ver...
Lucila então resolveu que não ia falar com ele... Afinal, ele que TINHA que ir falar com ela. Não que tivesse algum problema... Era puro orgulho mesmo.
Enquanto elas esperavam por uma mesa, Lucila posiciona-se de costas (seu melhor ângulo) para a mesa de Tinho, com o intuito que este a visse e fosse falar com ela. Clara concordou que mais cedo ou mais tarde ele a veria e iria falar com ela.
Clara ia narrando todos os movimentos da mesa de Tinho, já que Lucila estava de costas. “Agora, eles estão comendo... acho que estão comendo nachos... e estão tomando cerveja...”. “Agora o amante gay do Tinho levantou-se e foi ao banheiro... pelo menos não foram ao banheiro juntos, né??”. Agora Tinho pediu a conta ao garçom...”. “Agora o amante gay voltou à mesa... Tinho está conversando com ele e gesticulando a mão direita...” O garçom trouxe a conta”. Ele ainda não olhou pra cá”. “Hmmm... eles estão dividindo a conta... pelo menos quando ele sai com você ele paga a conta inteirinha, né??? Um pra você e zero pro amante gay”. “Lucila , eles estão levantando... deixa eu disfarçar... vão passar exatamente aqui e ele vai te ver... SE PREPARA!!!”.
E então as duas disfarçaram, ambas olharam pro outro lado. E quando olharam de novo, Tinho já tinha saído... sem falar com Lucila!!!!! As duas concordaram que era muito difícil (na verdade quase impossível) que Tinho não tivesse visto Lucila, pois passou exatamente ao seu lado... Mas ficaram na dúvida, pois nenhuma das duas estava olhando pro lado dele quando ele passou.
Por coincidência, elas foram colocadas na mesa que estavam Tinho e o desconhecido. Lucila acaba se arrependendo de não ter ido falar com ele, mas agora já era tarde... Resolve ligar pra ele e perguntar se ele não tinha visto ela e Clara no bar.
Ligou, mas deu uns dois toques e caiu na caixa postal. “Droga”. Ligou outra vez. Mesma coisa, dois toques e caixa postal. Isso significava que Tinho via que Lucila estava ligando, mas ignorava chamada. “DROGA, DROGA, DROGA!!!”.
Lucila detestava ser ignorada. Era a pior coisa que alguém podia fazer com ela. Ela ficava simplesmente fora de si quando era ignorada!!!
“MIL VEZES PQP. Quem esse Tinho pensa que é pra me ignorar deste jeito??? Passar por mim, não falar comigo e ainda não atender minha chamada???? Estou com muito ódio dele, ele vai ver só...”.
Enquanto Lucila tinha esses pensamentos negativos sobre Tinho, escrevia uma mensagem de texto pra Juliana. “A Juliana tem que saber o que o priminho misterioso dela aprontou!!! Esse Tinho vai ver só uma coisa, quem vai ignorar quem...”.
E mandou a mensagem que escrevia enquanto resmungava sua ira contra Tinho.
Escreveu em letras garrafais para a Ju: “Guria, você não vai acreditar. Encontrei o Tinho-Babaca, ele passou por mim e não me cumprimentou. E depois eu liguei pra ele, o cel dele estava ligado, mas ele não me atendeu, acredita???? Estou p... da cara! Esse seu primo é muito babaca...”.
“Mensagem enviada”. Lucila sentiu-se bem mais aliviada depois que mandou a mensagem. Aí sim pôde saborear de verdade a cerveja junto com Clara.
Embora fosse primo de Juliana, esta nada ou quase nada sabia sobre o cara, que sempre foi muito misterioso e levava uma vida dupla: workaholic ao extremo e boêmio inveterado... Ao mesmo tempo!!! O cara simplesmente não dormia! Quando não ficava até altas horas no trabalho, estava na balada. Ou em algum outro local que não a sua casa nem o trabalho.
Tinho, além de misterioso, era cercado de coisas esquisitas. Era magro, mas já tinha sido gordinho e por isso ainda achava que era gordo, assim sempre usava roupas esquisitas, meio largas... Ao mesmo tempo era extremamente preocupado com a sua aparência e ainda por cima tinha um cachorrinho bichon frisé.... hmmm... Além disso, Lucila tinha conhecido Tinho num evento nada convencional para conhecer gatinhos: num velório! Afinal, Juliana não podia perder a oportunidade de apresentar o seu ÚNICO primo bonito à sua melhor amiga, e tentar salvá-la daquela fase deprê.
Tudo isso levantava altas suspeitas sobre a verdadeira personalidade do primo misterioso... Seria ele vampiro?? Mulherengo?? Tinha uma amante velha e rica?? Seria gay??
Bom, de qualquer modo, as coisas estavam indo muito bem. Estavam bem na fase quando tudo é lindo, mensaginhas bonitinhas pra cá, emailzinhos pra lá... telefonemas no meio da tarde... Tudo super água com açúcar, mas era o que Lucila precisava pra levantar seu ego.
E esse chove não molha estava sendo ótimo, pois ao mesmo tempo em que estava neste clima de romance, podia sair com as suas amigas e não precisava dar satisfações a ninguém.
Eis que numa noite dessas de baladinhas lights com as amigas e que Juliana não podia sair, Lucila saiu despretensioamente com Clara, afinal precisam comentar sobre a história que denominavam “episódio primo da Ju”. Foram num bar super tradicional, e quando entram Lucila dá de cara com Tinho, sentado numa mesa com mais um cara (seria ele o amante gay?).
Lucila – Clara!
Clara – o que foi?
Lucila – Guriaaaa, o Tinho tá aí!!!!
Clara – Que Tinho sua doida?
Lucila – O primo da Ju q eu to pegando... que ta me pegando... ou vice-versa.. tanto faz... ai e agora?
Clara – Guria aondeeeee? Me mostra que eu quero vê-lo, afinal não o conheço ainda.
Lucila – Cala boca sua louca... ele vai ver que estamos falando dele! Ele tá ali... exatamente ali (apontando com o nariz para a mesa de Tinho já que não podia fazer um escândalo no meio do bar, senão ele a veria com certeza absoluta).
Clara – vai lá falar com ele!
Lucila – Ta louca? Deixa ele me ver...
Lucila então resolveu que não ia falar com ele... Afinal, ele que TINHA que ir falar com ela. Não que tivesse algum problema... Era puro orgulho mesmo.
Enquanto elas esperavam por uma mesa, Lucila posiciona-se de costas (seu melhor ângulo) para a mesa de Tinho, com o intuito que este a visse e fosse falar com ela. Clara concordou que mais cedo ou mais tarde ele a veria e iria falar com ela.
Clara ia narrando todos os movimentos da mesa de Tinho, já que Lucila estava de costas. “Agora, eles estão comendo... acho que estão comendo nachos... e estão tomando cerveja...”. “Agora o amante gay do Tinho levantou-se e foi ao banheiro... pelo menos não foram ao banheiro juntos, né??”. Agora Tinho pediu a conta ao garçom...”. “Agora o amante gay voltou à mesa... Tinho está conversando com ele e gesticulando a mão direita...” O garçom trouxe a conta”. Ele ainda não olhou pra cá”. “Hmmm... eles estão dividindo a conta... pelo menos quando ele sai com você ele paga a conta inteirinha, né??? Um pra você e zero pro amante gay”. “Lucila , eles estão levantando... deixa eu disfarçar... vão passar exatamente aqui e ele vai te ver... SE PREPARA!!!”.
E então as duas disfarçaram, ambas olharam pro outro lado. E quando olharam de novo, Tinho já tinha saído... sem falar com Lucila!!!!! As duas concordaram que era muito difícil (na verdade quase impossível) que Tinho não tivesse visto Lucila, pois passou exatamente ao seu lado... Mas ficaram na dúvida, pois nenhuma das duas estava olhando pro lado dele quando ele passou.
Por coincidência, elas foram colocadas na mesa que estavam Tinho e o desconhecido. Lucila acaba se arrependendo de não ter ido falar com ele, mas agora já era tarde... Resolve ligar pra ele e perguntar se ele não tinha visto ela e Clara no bar.
Ligou, mas deu uns dois toques e caiu na caixa postal. “Droga”. Ligou outra vez. Mesma coisa, dois toques e caixa postal. Isso significava que Tinho via que Lucila estava ligando, mas ignorava chamada. “DROGA, DROGA, DROGA!!!”.
Lucila detestava ser ignorada. Era a pior coisa que alguém podia fazer com ela. Ela ficava simplesmente fora de si quando era ignorada!!!
“MIL VEZES PQP. Quem esse Tinho pensa que é pra me ignorar deste jeito??? Passar por mim, não falar comigo e ainda não atender minha chamada???? Estou com muito ódio dele, ele vai ver só...”.
Enquanto Lucila tinha esses pensamentos negativos sobre Tinho, escrevia uma mensagem de texto pra Juliana. “A Juliana tem que saber o que o priminho misterioso dela aprontou!!! Esse Tinho vai ver só uma coisa, quem vai ignorar quem...”.
E mandou a mensagem que escrevia enquanto resmungava sua ira contra Tinho.
Escreveu em letras garrafais para a Ju: “Guria, você não vai acreditar. Encontrei o Tinho-Babaca, ele passou por mim e não me cumprimentou. E depois eu liguei pra ele, o cel dele estava ligado, mas ele não me atendeu, acredita???? Estou p... da cara! Esse seu primo é muito babaca...”.
“Mensagem enviada”. Lucila sentiu-se bem mais aliviada depois que mandou a mensagem. Aí sim pôde saborear de verdade a cerveja junto com Clara.
(continua)
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
MERDA - Parte II (final)
Até que Lucila sentiu alguém puxar seu braço, tirando-a pra dançar. Lucila nem olhou pra cara do ser que estava convidando-a pra dançar e foi curta e grossa: “Estou ruim e não sei dançar”. Mas o cearense não desistiu, falou qualquer coisa pra Lucila e quando ela virou pra falar umas verdades praquele cearensezinho de meia tigela, reparou que ele era bonitinho. Muito bonitinho por sinal!!! Cara, ele era o seu número!!! Lucila não acreditava que tinha encontrado um cara tão interessante num forró em Fortaleza. E claro, não podia perder a oportunidade de conhecer aquele lindo!!!
E logicamente foi dançar com o carinha. Lucila inclusive conseguiu conversar enquanto dançava, o que era inimaginável, pois sempre dizia que não conseguia fazer duas coisas ao mesmo tempo. Descobriu que ele se chamava Rubens, que tinha 32 anos, era empresário, solteiro... enfim, tudo de bom!!!
Ju e Clara logo viram que o papo ali ia longe e que tinha rolado um clima forte entre Lucila e o carinha... fingiram que estavam passando mal (aliás, nem precisaram fingir muito) e foram pro hotel.
Lucila dançou e conversou muito, entre uma ida no banheiro e outra. Trocaram telefone, email, etc. Até que resolveu ir embora e logo aceitou carona de seu novo “amigo” até o hotel.
E então, quando os dois entraram no carro, veio aquele cheiro insuportável de merda... Silêncio constrangedor... Lucila não sabia de onde vinha aquele mal cheiro... não sabia o que pensar... “Será que o Rubens se cagou?”... “Será que eu não to me sentindo mais e me caguei...?”. Aquilo era muito constrangedor e anti-romântico. Lucila sabia que o cara também estava sentindo aquele cheiro... e o cara também sabia que Lucila estava mal, pois a primeira frase que Lucila tinha falado era que “estava ruim” e ele deveria ter presumido o que Lucila tinha pelas idas freqüentes dela ao banheiro. “Meu Deus, nunca passei por uma situação mais constrangedora na minha vida... o carinha mais bonito da balada vai me levar embora, mas pensa que eu estou cagada, literalmente!!!”. Lucila nem se mexe. Mas Rubens tenta puxar papo com ela e ela mal responde.
Rubens pára o carro na frente do hotel, sabe-se-lá se com segundas intenções de beijar Lucila ou querendo que ela descesse logo do carro pra ele poder respirar um ar puro... Lucila então agradece, dá um beijo no rosto de Rubens e “voa” pro hotel.
No caminho, percebe que o cheiro ia com ela... até que descobre algo revelador: um cocô de cachorro amassado na sola de sua sandália. Lucila não acreditava!!!! Era aquilo que estava fedendo dentro do carro!!! Maldito cachorro!!!!
Lucila não se conformava que tinha perdido a chance de ficar com aquele gatinho por causa de um maldito cocô de cachorro!!! Lucila então passou a odiar todos os cachorros do mundo naquele momento. Chegou ao quarto quase chorando e logo contou às amigas o que tinha acontecido, maldizendo toda a merda do mundo, de gente e de cachorro, que só tinha dado azar a ela naquela viagem...
Só que pra surpresa de Lucila, logo chegou uma mensagem do gatinho novo no seu celular: “Adorei te conhecer. Espero que a gente possa se reencontrar em Curitiba em breve”. E então toda a revolta de Lucila passou... até lembrou de que tinha ouvido uma vez de que merda traz sorte. Será que traria sorte pra Lucila??
E logicamente foi dançar com o carinha. Lucila inclusive conseguiu conversar enquanto dançava, o que era inimaginável, pois sempre dizia que não conseguia fazer duas coisas ao mesmo tempo. Descobriu que ele se chamava Rubens, que tinha 32 anos, era empresário, solteiro... enfim, tudo de bom!!!
Ju e Clara logo viram que o papo ali ia longe e que tinha rolado um clima forte entre Lucila e o carinha... fingiram que estavam passando mal (aliás, nem precisaram fingir muito) e foram pro hotel.
Lucila dançou e conversou muito, entre uma ida no banheiro e outra. Trocaram telefone, email, etc. Até que resolveu ir embora e logo aceitou carona de seu novo “amigo” até o hotel.
E então, quando os dois entraram no carro, veio aquele cheiro insuportável de merda... Silêncio constrangedor... Lucila não sabia de onde vinha aquele mal cheiro... não sabia o que pensar... “Será que o Rubens se cagou?”... “Será que eu não to me sentindo mais e me caguei...?”. Aquilo era muito constrangedor e anti-romântico. Lucila sabia que o cara também estava sentindo aquele cheiro... e o cara também sabia que Lucila estava mal, pois a primeira frase que Lucila tinha falado era que “estava ruim” e ele deveria ter presumido o que Lucila tinha pelas idas freqüentes dela ao banheiro. “Meu Deus, nunca passei por uma situação mais constrangedora na minha vida... o carinha mais bonito da balada vai me levar embora, mas pensa que eu estou cagada, literalmente!!!”. Lucila nem se mexe. Mas Rubens tenta puxar papo com ela e ela mal responde.
Rubens pára o carro na frente do hotel, sabe-se-lá se com segundas intenções de beijar Lucila ou querendo que ela descesse logo do carro pra ele poder respirar um ar puro... Lucila então agradece, dá um beijo no rosto de Rubens e “voa” pro hotel.
No caminho, percebe que o cheiro ia com ela... até que descobre algo revelador: um cocô de cachorro amassado na sola de sua sandália. Lucila não acreditava!!!! Era aquilo que estava fedendo dentro do carro!!! Maldito cachorro!!!!
Lucila não se conformava que tinha perdido a chance de ficar com aquele gatinho por causa de um maldito cocô de cachorro!!! Lucila então passou a odiar todos os cachorros do mundo naquele momento. Chegou ao quarto quase chorando e logo contou às amigas o que tinha acontecido, maldizendo toda a merda do mundo, de gente e de cachorro, que só tinha dado azar a ela naquela viagem...
Só que pra surpresa de Lucila, logo chegou uma mensagem do gatinho novo no seu celular: “Adorei te conhecer. Espero que a gente possa se reencontrar em Curitiba em breve”. E então toda a revolta de Lucila passou... até lembrou de que tinha ouvido uma vez de que merda traz sorte. Será que traria sorte pra Lucila??
(fim)
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
MERDA - Parte I
Até que enfim Lucila teve as merecidas férias!!! Depois de trabalhar dois anos sem tirar férias, finalmente ia viajar. Tinha planejado tudo nos mínimos detalhes com Juliana e Clara. Iam pra Fortaleza. Pena que as amigas de Lucila só conseguiram emendar um feriado, não conseguiram mais tempo... Mas o que importava é que as três finalmente iam viajar juntas e aproveitar muuuito. Quatro dias em Fortaleza era o suficiente pra Lucila descansar o corpo e a mente...
Ao desembarcar em Fortaleza, Lucila sentiu-se mal, um leve enjôo... Não sabia dizer bem se era o calor, se era algo que ela tinha comido... enfim... resolveu não se preocupar, pois era impossível estar grávida, já que não namorava há muito tempo. Contudo, enquanto esperava sua bagagem, Lucila começou a sentir uma cólica... não cólica menstrual. Dor de barriga mesmo. De repente, Lucila começa a suar... suas mãos ficam geladas... uma moleza incontrolável... E Lucila tem a sensação que tem um alien dentro de sua barriga. Lucila sai correndo à procura de um banheiro, desesperadamente...
Lucila então vê o símbolo universal do banheiro feminino, só que fica do outro lado do saguão, longe pra caramba... Lucila tenta então correr o mais rápido possível naquela direção, mas não sabe se vai dar tempo... Sua impressão é que está correndo em câmera lenta e tem medo que não dê tempo de chegar ao banheiro. Lucila corre, e o alien se mexe cada vez mais na sua barriga, neste momento nossa heroína já está pingando de suor... até que alcança o banheiro, no último segundo do limite “segurável”, já com a calça desabotoada e senta no primeiro vaso que enxerga... ufa!!!! Deu tempo!!!!
Depois de descansar por uns dois minutos daquilo tudo, sente uma sensação indescritivelmente boa de “descarregar”... Lucila percebe o que está acontecendo... “Estou com caganeira na minha única viagem em dois anos... e só vou ficar 4 dias!!! Ninguém merece!!!!”.
Lucila lava o rosto e, quando está saindo do banheiro pra finalmente pegar sua bagagem, vê Ju e Clara correrem na direção do banheiro, ambas pálidas e com cara de desespero. Conclusão: as três estavam com caganeira!!!!
O clima não era dos melhores quando as três amigas chegaram ao hotel. As três com uma baita diarréia, e o que era pior: estavam com febre!! O primeiro dia foi só dentro do quarto... e se comunicavam com o mundo exterior através do telefone... pediram comida (leve) pelo telefone... pediram remédio pelo telefone... pediram água pelo telefone (pois precisavam se hidratar)... pediram até alguns rolos adicionais de papel higiênico... As três não acreditavam que aquilo estava acontecendo...
Os outros dias que passaram as amigas arriscaram sair do quarto pra conhecer a cidade... Embora a diarréia continuasse, a febre passou. Tomaram o cuidado, no entanto, de escolher apenas locais com banheiros, pois não se sabia a hora que os “aliens” iam se manifestar. Conheceram as praias, arriscaram até ir no beach park... mas em todos os locais que iam, o banheiro era o local mais freqüentado... e à noite elas ficavam indispostas, sem ânimo de sair na balada cearense. Acabavam dormindo.
Até que na última noite em Fortaleza, Lucila se revoltou!!! Não se conformava em não ter saído uma noite sequer!!! Arranjou ânimo não sei da onde e persuadiu as duas amigas a se produzir e sair. E lá foram as três amigas rumo à boate mais bacana de Fortaleza. Um banheiro era tudo o que precisavam e certamente havia banheiro na boate. Mas a sorte definitivamente não estava do lado delas, pois a boate estava fechada... e foi então que o taxista sugeriu um típico programa cearense: um bom forró!!
As três não se animaram muito... mas como era a última noite e já que elas estavam arrumadas, resolveram ver qual era a deste forró. E lá devia ter um banheiro, logicamente. Sentaram-se numa mesa, cada uma com uma cara pior do que a da outra. E dá-lhe água...
Ao desembarcar em Fortaleza, Lucila sentiu-se mal, um leve enjôo... Não sabia dizer bem se era o calor, se era algo que ela tinha comido... enfim... resolveu não se preocupar, pois era impossível estar grávida, já que não namorava há muito tempo. Contudo, enquanto esperava sua bagagem, Lucila começou a sentir uma cólica... não cólica menstrual. Dor de barriga mesmo. De repente, Lucila começa a suar... suas mãos ficam geladas... uma moleza incontrolável... E Lucila tem a sensação que tem um alien dentro de sua barriga. Lucila sai correndo à procura de um banheiro, desesperadamente...
Lucila então vê o símbolo universal do banheiro feminino, só que fica do outro lado do saguão, longe pra caramba... Lucila tenta então correr o mais rápido possível naquela direção, mas não sabe se vai dar tempo... Sua impressão é que está correndo em câmera lenta e tem medo que não dê tempo de chegar ao banheiro. Lucila corre, e o alien se mexe cada vez mais na sua barriga, neste momento nossa heroína já está pingando de suor... até que alcança o banheiro, no último segundo do limite “segurável”, já com a calça desabotoada e senta no primeiro vaso que enxerga... ufa!!!! Deu tempo!!!!
Depois de descansar por uns dois minutos daquilo tudo, sente uma sensação indescritivelmente boa de “descarregar”... Lucila percebe o que está acontecendo... “Estou com caganeira na minha única viagem em dois anos... e só vou ficar 4 dias!!! Ninguém merece!!!!”.
Lucila lava o rosto e, quando está saindo do banheiro pra finalmente pegar sua bagagem, vê Ju e Clara correrem na direção do banheiro, ambas pálidas e com cara de desespero. Conclusão: as três estavam com caganeira!!!!
O clima não era dos melhores quando as três amigas chegaram ao hotel. As três com uma baita diarréia, e o que era pior: estavam com febre!! O primeiro dia foi só dentro do quarto... e se comunicavam com o mundo exterior através do telefone... pediram comida (leve) pelo telefone... pediram remédio pelo telefone... pediram água pelo telefone (pois precisavam se hidratar)... pediram até alguns rolos adicionais de papel higiênico... As três não acreditavam que aquilo estava acontecendo...
Os outros dias que passaram as amigas arriscaram sair do quarto pra conhecer a cidade... Embora a diarréia continuasse, a febre passou. Tomaram o cuidado, no entanto, de escolher apenas locais com banheiros, pois não se sabia a hora que os “aliens” iam se manifestar. Conheceram as praias, arriscaram até ir no beach park... mas em todos os locais que iam, o banheiro era o local mais freqüentado... e à noite elas ficavam indispostas, sem ânimo de sair na balada cearense. Acabavam dormindo.
Até que na última noite em Fortaleza, Lucila se revoltou!!! Não se conformava em não ter saído uma noite sequer!!! Arranjou ânimo não sei da onde e persuadiu as duas amigas a se produzir e sair. E lá foram as três amigas rumo à boate mais bacana de Fortaleza. Um banheiro era tudo o que precisavam e certamente havia banheiro na boate. Mas a sorte definitivamente não estava do lado delas, pois a boate estava fechada... e foi então que o taxista sugeriu um típico programa cearense: um bom forró!!
As três não se animaram muito... mas como era a última noite e já que elas estavam arrumadas, resolveram ver qual era a deste forró. E lá devia ter um banheiro, logicamente. Sentaram-se numa mesa, cada uma com uma cara pior do que a da outra. E dá-lhe água...
(continua)
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
O DEUS GREGO - parte II (final)
No meio de uma história louca da tia bizarra, Lucila pediu licença, levantou-se e foi até o bar buscar um cinzeiro, quando de repente o cara do megafone começa a interagir com Lucila:
Cara do megafone – Atenção, loira!!!
Lucila olha em direção ao cara do megafone, imóvel. Perguntava-se mentalmente se ela era a “loira” que o mala estava chamando, mas não avistou nenhuma outra num raio de cem metros
Cara do megafone – Você mesma com o cinzeiro na mão!!
Lucila, além de imóvel, fica ROXA.
Cara do megafone – Atenção, loira, os caras de Blumenau querem te conhecer.
Lucila, imóvel, roxa e com o coração quase saindo pela boca não sabia o que fazer. Ela era muito tímida, quase morreu ali naquela situação. Não sabia se soltava o cinzeiro para dizer que o comentário não era para ela, se saía correndo ou se se escondia no meio dos 130 quilos da tia bizarra...
O cara do megafone, percebendo que Lucila estava quase desmaiando de vergonha, largou o megafone e veio falar com Lucila.
Cara do megafone (agora sem megafone) – Desculpe, vi que você ficou com vergonha.
Lucila – Você realmente está me matando de vergonha.
Cara do megafone (agora sem megafone) – Relaxe. É que os caras de Blumenau querem te conhecer de verdade, posso chamá-los?
Lucila – Como assim, chamá-los?
Sem esperar a resposta de Lucila, o cara do megafone chamou todos os caras de Blumenau que estavam na festa.
Os caras fizeram uma fila pra conhecer Lucila, que estava cada vez mais constrangida com a situação, mas não podia dar uma de mal educada na festa do primo de sua melhor amiga.
Era a situação mais ridícula pela qual já tinha passado. Uma fila de homens na sua frente, o primeiro da fila vinha, se apresentava, dava dois beijinhos no rosto e passava para o próximo... Lucila quase morria, enquanto Juliana, Tonhonhóim e a tia dele se divertiam às custas dela. Aliás, a festa toda estava se divertindo às custas de Lucila.
Lucila sentia-se no programa “quer namorar comigo”, só faltava o Silvio Santos.
Até que chegou o último da fila. Lucila não acreditou. Era o deus grego que ela tinha visto no início da festa... Veio e se apresentou. O nome dele era Carlos e ele era uns 4 anos mais novo que Lucila... perguntou se podia sentar ao lado dela, é claaaaaaaaaro que Lucila deixou!!! Era tudo o que ela queria... sentar-se e se esconder depois daquele vexame todo, mas agora começava a ter outras idéias e já pensava que o escoderijo de um metro e oitenta era bem mais agradável do que 130 quilos... Ria sozinha por dentro e no fundo agradecia ao cara do megafone.
O tal do Carlos era realmente bonito. Além de todas as qualidades que Lucila tinha visto de longe, ele tinha um sotaquezinho catarina muito bonitinho, o que a encantou ainda mais. Ele falava “jacarezinho de parede” ao invés de lagartixa e “boi ralado” ao invés de carne moída!! Muuuuuuuuito bonitinho!!!
Os dois conversaram por horas, até que rolou um beijo, seguido de muitos outros. Lucila não acreditava que tinha ficado com um cara tão bonito, tão querido e tão tudo de bom!!! Carlos pegou o telefone dela, que obviamente nem cogitava a possibilidade dele ligar, mas estava feliz de qualquer jeito. Ela ficou com o cara mais bonito que já tinha ficado até então e provavelmente o mais bonito que ia ficar na sua vida toda. E isso já bastava.
Mas, para a surpresa de Lucila, o cara ligou!!! E ainda marcou um encontro no fim de semana seguinte, quando estariam na mesma praia. Era bom demais para ser verdade! E inacreditavelmente ele foi mesmo encontrar Lucila, o que rendeu mais uns beijos. É claro que neste dia Juliana estava munida com uma câmera fotográfica e tirou várias fotos do casal, afinal, ninguém ia acreditar que Lucila ficou com aquele deus grego!!!
Cara do megafone – Atenção, loira!!!
Lucila olha em direção ao cara do megafone, imóvel. Perguntava-se mentalmente se ela era a “loira” que o mala estava chamando, mas não avistou nenhuma outra num raio de cem metros
Cara do megafone – Você mesma com o cinzeiro na mão!!
Lucila, além de imóvel, fica ROXA.
Cara do megafone – Atenção, loira, os caras de Blumenau querem te conhecer.
Lucila, imóvel, roxa e com o coração quase saindo pela boca não sabia o que fazer. Ela era muito tímida, quase morreu ali naquela situação. Não sabia se soltava o cinzeiro para dizer que o comentário não era para ela, se saía correndo ou se se escondia no meio dos 130 quilos da tia bizarra...
O cara do megafone, percebendo que Lucila estava quase desmaiando de vergonha, largou o megafone e veio falar com Lucila.
Cara do megafone (agora sem megafone) – Desculpe, vi que você ficou com vergonha.
Lucila – Você realmente está me matando de vergonha.
Cara do megafone (agora sem megafone) – Relaxe. É que os caras de Blumenau querem te conhecer de verdade, posso chamá-los?
Lucila – Como assim, chamá-los?
Sem esperar a resposta de Lucila, o cara do megafone chamou todos os caras de Blumenau que estavam na festa.
Os caras fizeram uma fila pra conhecer Lucila, que estava cada vez mais constrangida com a situação, mas não podia dar uma de mal educada na festa do primo de sua melhor amiga.
Era a situação mais ridícula pela qual já tinha passado. Uma fila de homens na sua frente, o primeiro da fila vinha, se apresentava, dava dois beijinhos no rosto e passava para o próximo... Lucila quase morria, enquanto Juliana, Tonhonhóim e a tia dele se divertiam às custas dela. Aliás, a festa toda estava se divertindo às custas de Lucila.
Lucila sentia-se no programa “quer namorar comigo”, só faltava o Silvio Santos.
Até que chegou o último da fila. Lucila não acreditou. Era o deus grego que ela tinha visto no início da festa... Veio e se apresentou. O nome dele era Carlos e ele era uns 4 anos mais novo que Lucila... perguntou se podia sentar ao lado dela, é claaaaaaaaaro que Lucila deixou!!! Era tudo o que ela queria... sentar-se e se esconder depois daquele vexame todo, mas agora começava a ter outras idéias e já pensava que o escoderijo de um metro e oitenta era bem mais agradável do que 130 quilos... Ria sozinha por dentro e no fundo agradecia ao cara do megafone.
O tal do Carlos era realmente bonito. Além de todas as qualidades que Lucila tinha visto de longe, ele tinha um sotaquezinho catarina muito bonitinho, o que a encantou ainda mais. Ele falava “jacarezinho de parede” ao invés de lagartixa e “boi ralado” ao invés de carne moída!! Muuuuuuuuito bonitinho!!!
Os dois conversaram por horas, até que rolou um beijo, seguido de muitos outros. Lucila não acreditava que tinha ficado com um cara tão bonito, tão querido e tão tudo de bom!!! Carlos pegou o telefone dela, que obviamente nem cogitava a possibilidade dele ligar, mas estava feliz de qualquer jeito. Ela ficou com o cara mais bonito que já tinha ficado até então e provavelmente o mais bonito que ia ficar na sua vida toda. E isso já bastava.
Mas, para a surpresa de Lucila, o cara ligou!!! E ainda marcou um encontro no fim de semana seguinte, quando estariam na mesma praia. Era bom demais para ser verdade! E inacreditavelmente ele foi mesmo encontrar Lucila, o que rendeu mais uns beijos. É claro que neste dia Juliana estava munida com uma câmera fotográfica e tirou várias fotos do casal, afinal, ninguém ia acreditar que Lucila ficou com aquele deus grego!!!
(FIM)
Assinar:
Postagens (Atom)