terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O MALA SEM ALÇA E SEM RODINHAS

Era sexta-feira, Lucila tinha combinado com Ju e Clara de ir numa balada forte. Clara foi antes, porque Lucila nunca dizia não e teve que passar em um churrasco antes da balada. Jú iria na hora em que Lucila fosse. Ah, se não fossem os celulares... como as nossas avós combinavam com as amigas as baladas??

Enfim, Lucila estava lá fazendo um esquenta no churras pré-balada, quando seu celu tocou. Número desconhecido, DDD desconhecido... ihhh... Lucila não tava no clima de receber telemarketing naquele momento de pura diversão...

Lucila atendeu e era Lucas, pretenso gatinho de Juliana, que morava em outra cidade. Lucila tinha conhecido o infeliz quando saíram com a turma de Juliana e ele ficou a noite toda tentando ficar com Ju, mas não conseguiu... Embora Lucila estivesse torcendo pra isso acontecer, Juliana deu altos foras no coitado... Lucila, como boa samaritana e sabendo que o carinha estava sozinho e abandonado na cidade deu seu telefone para o caso dele precisar de alguma coisa. E ele ligou querendo conhecer a noite curitibana.

Lucila nem achou ruim nem nada, mas sabia que Ju não iria gostar... Mas ficou com pena do menino... sozinho na cidade, sem conhecer ninguém... e iria estar toda a turma na balada... Não conseguiu dizer não e ainda passou pra buscar o carinha no hotel.

Só que Ju não gostou nada daquilo... quando ficou sabendo que o carinha ia, que pra ela era um chato de galocha que grudou nela na saída anterior, desanimou totalmente. Deu um belo bolo nas amigas e disse que não ia mais.

E Lucila então teve que levar Lucas mesmo assim...

Chegando na balada super tarde por conta do churras, Lucila e Lucas logo encontraram Clara e as amigas, que estavam há horas no lugar. Depois de contar a história de “quem era o ser que estava com ela e porque ele estava lá junto com Lucila” pra Clara e amigas, sem ele escutar, todas entenderam a situação e acolheram Lucas na rodinha... Depois de uns minutos dançando, Lucila sentiu calor e tirou o casaco. Como estava com preguiça de ir até o guarda-volumes, amarrou seu casaco na bolsa. Lucas então tirou seu casaco e pediu que Lucila segurasse. Lucila, meio sem jeito, fez o que Lucas pediu e amarrou também o casaco de Lucas na sua bolsa. Lucila super estranhou a atitude da criatura... achou até mesmo que ele era um folgado... mas sua versão Madre Teresa fez com que ela simplesmente acatasse a solicitação do mais novo amigo, sem achar ruim... coitado, estava sozinho na cidade e blá blá blá.

Lucila e Clara resolveram então dar uma volta “caçadora”, como sempre faziam na balada... Lucas foi junto. Foram ao bar pedir uma bebida... Lucas foi junto. Foram até o lounge sentar um pouco e conversar... Lucas foi junto. Foram ao banheiro... Lucas ficou esperando na porta... E Lucila lá, carregando pra cima e pra baixo sua bolsa, dois casacos de inverno e mais Lucas a tiracolo... Lucila bem que estava de saco cheio daquela sombra que ia atrás dela por todos os lugares, poxa, podia ir dar uma volta sozinho, tentar conhecer alguém diferente... mas não, o maleta ficava grudado em Lucila onde quer que ela fosse, empatando a sua noite e de suas amigas, sem se enturmar com mais ninguém.

Clara, que tinha chegado horas antes de Lucila, não foi nada companheira e foi embora logo... deixou Lucila lá sozinha com o malinha. Lucila estava muito animada e nada ia estragar a sua noite... embora Lucas estivesse realmente atrapalhando um pouco.

Eis que Lucila encontra seu amigo Alexandre, que chegou às 2h30 da manhã no lugar com mais dois amigos... Lucila pensou então que aquela seria a solução de todos os seus problemas. Lucas iria se enturmar com Alexandre e seus amigos e todos iam se divertir muito juntos.

Contudo, não foi o que aconteceu... assim como aconteceu com Clara e suas amigas, Lucas só dirigia a palavra pra Lucila e não fez nenhum esforço pra se enturmar com os amigos de Alexandre. Lucila já não sabia mais o que fazer pra se livrar, nem que fosse por um momento, daquela mala sem alça e sem rodinhas...

Foi então que, impulsivamente e fazendo qualquer negócio pra se livrar daquele chato, acabou tascando um beijão no primeiro ser que passou na sua frente... que não por tanta coincidência era um dos amigos de Alexandre. Tá, o cara não era lá essas coisas... mas diante do beco sem saída em que se encontrava e naquelas alturas era melhor beijar o sapo pra ver se ele virava príncipe do que ficar aturando uma criatura esquisita e grudenta a noite inteira.

Até que enfim a figura interplanetária se tocou e resolveu ir embora... pegou um taxi e foi embora... ALELUIA! O gatinho de Lucila não virou príncipe, mesmo depois de muitos beijos... mas ainda assim era melhor que o chicletão de Lucas grudado em Lucila a noite inteira.

Lucila logo foi embora também... a noite tinha sido longa e muitas coisas tinham acontecido. Nada melhor que a sua velha cama quentinha pra descansar.

Lucila mal tinha dormido, toca o celular... 7h30 da manhã de sábado.... Lucila não acreditava, mas pelo número, era o zé ruela do Lucas... Lucila não atendeu... Colocou no ignorar e f...-se. Mas a chatice de Lucas era grande e ele insistiu, ligou várias vezes, até que Lucila, q já tinha acordado com tantas ligações, resolveu atender, sem conseguir ser muito simpática...

Lucila: “Alôôô”.
Lucas: “Oi, Lucila, tudo bem, é o Lucas. Tava domindo?”
Lucila (Não seu desgramado, voltei às 6 da manhã e to acordada já...): “Taaaava”.
Lucas: “Então desculpe te acordar... mas é que to indo embora e queria me despedir de você e também preciso pegar meu casaco que esqueci com você ontem”.
Lucila (ah nãããããããão): “Putz, mas eu to dormindo agora”.
Lucas: “Mas infelizmente, meu vôo sai daqui a pouco e eu precisava mesmo pegar meu casaco com você, tem como você trazer aqui no Hotel pra mim?”.
Lucila (indignada com a folga do rapaz, quase mandando ele ir tomar naquele lugar): Olha, Lucas, como já te falei, estou dormindo, o máximo que eu posso fazer por você neste momento é te dar meu endereço e colocar o casaco no elevador pra vc pegar lá embaixo.
Lucas (surpreso com o mau humor de Lucila, vendo aquele doce de pessoa virar um limão amargo e estragado): Ok, Lucila, me passe o endereço.

E foi então o que Lucila fez, sem dó nem piedade. Deu o endereço, colocou o casaco no elevador e interfonou pro porteiro entregar a Lucas.

Nunca mais Lucas entrou em contato, ainda bem!!! Só o que restou daquela noite foi um sapo que não virou príncipe e uma p... duma dor de cabeça.

2 comentários:

Marihelen disse...

kkkkk ameiiiii!

Andre Silva disse...

ahannn blogueiras malucas de Curitiba!! rs

mas já é engraçado ouvir o outro lado da estória... rs